Oposição terá desafios ainda maiores a partir de 2019
Pela quarta vez seguida, os pernambucanos decidiram que o PSB deveria comandar Pernambuco no último dia 7 de outubro. Uma vitória de Paulo Câmara numericamente menor do que em 2014, mas que deu ao governador uma força política que ele não havia conquistado no primeiro mandato alcançado devido ao episódio que culminou na morte de Eduardo Campos e que foi tido como determinante para a sua eleição. Paulo Câmara mostrou que não está ali no Palácio do Campo das Princesas gratuitamente e que além de ter estrela, o governador deixou claro que entende do riscado em se tratando de articulação política quando deu um nó tático na oposição ao limpar o campo e enfrentar Armando Monteiro, sobretudo nos episódios do MDB e do PT, que culminou na retirada da candidatura de Marília Arraes.
Além de ser reeleito, Paulo Câmara puxou seus dois senadores e emplacou 17 deputados federais e 40 deputados estaduais que integrarão a sua base parlamentar tanto na Câmara dos Deputados quanto na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A oposição liderada por Armando Monteiro não ficou apenas menor como principalmente viu seus nomes, Armando, Bruno e Mendonça, serem dizimados pelas urnas, e deixaram de ofertar qualquer perspectiva de poder no médio prazo em Pernambuco.As urnas também não foram muito generosas com Daniel Coelho e Priscila Krause, que em tese seriam nomes com envergadura para ofertar alguma perspectiva política para a oposição. Daniel perdeu a identidade quando trocou o PV pelo PSDB e depois deixou o ninho tucano para ingressar no nanico PPS, Priscila por sua vez viu sua imagem de novidade na política envelhecer ao perder a prefeitura do Recife em 2016 ficando com apenas um dígito dos votos. Ambos, que saíram menores da disputa de prefeito, viram seus votos no Recife diminuirem significativamente.
Para as eleições de 2020, Daniel e Priscila surgem como produtos vencidos, enquanto os principais caciques da oposição estarão sem mandato. Pra piorar, os deputados eleitos na oposição, tanto na Alepe quanto na Câmara Federal, em sua maioria não estão nem um pouco preocupados em fazer oposição ao governador e ao próprio PSB, deixando a árdua incumbência com Priscila e Daniel, que estão longe de representar um projeto que possa agregar a oposição em 2020. O mais provável é que a oposição nestes termos colocados seja minguada a cada ano que passar e ficar refém de dissidências na base do governo para tentar ser liderada por alguém que tenha tamanho político e eleitoral para fazer frente ao PSB de Pernambuco.
Jovens – Aglailson Victor (PSB), com 23 anos, e João Paulo Costa (Avante), com 27 anos, são os dois deputados estaduais mais jovens da próxima legislatura da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Além da idade, Victor e João Paulo possuem outra situação em comum, eles substituirão parentes que já foram deputados estaduais. Victor substitui Aglailson Junior, que foi deputado estadual até 2016, enquanto João substituirá Silvio Costa Filho e Silvio Costa que já exerceram mandatos na Casa Joaquim Nabuco.
Cavalcanti – Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, pelo menos cinco deputados eleitos possuem o Cavalcanti no seu sobrenome. São eles: Guilherme Uchoa Junior, Rodrigo Novaes, Lucas Ramos, João Paulo Costa e Jô Cavalcanti, das Juntas. Na bancada federal apenas Ricardo Teobaldo possui este sobrenome, que sempre foi muito tradicional na política pernambucana desde os primórdios do estado.
Reforço – Ficou aparente o estreitamento político entre o grupo Ferreira e o deputado federal eleito Fernando Rodolfo, durante a cerimônia de diplomação, quinta-feira. Tudo indica que o PHS será extinto, por não ter alcançado a cláusula de barreira, e Fernando Rodolfo seria uma grande aquisição do PR e peça estratégica para os Ferreira na região do Agreste, no futuro. Como este Blog já antecipou, o PR estadual deve voltar a ser comandado pelo prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira.
Draco – Será inaugurada na próxima segunda-feira a sede do departamento de repressão à corrupção e ao crime organizado. A solenidade contará com a presença do secretário de Defesa Social, Antonio de Pádua, e do chefe da Polícia Civil, Joselito Kerhle. O departamento funcionará na Avenida Liberdade, no bairro de Tejipió.
RÁPIDAS
Recibo – O senador não reeleito Magno Malta, que recusou ser vice na chapa de Jair Bolsonaro, acreditava piamente que seria convocado pelo presidente para a sua equipe ministerial. Como não foi chamado, quase todo dia ele passa um recibo pela imprensa ou pelas redes sociais. O último foi dizer que Damares Alves não era indicação sua para o ministério da Cidadania.
Araripe – Apesar de apenas Roberta Arraes ter sido reeleita, com Socorro Pimentel sendo derrotada, o sertão do Araripe continuará bem representado. Antonio Fernando, de Ouricuri, foi eleito pelo PSC, e será voz firme ao lado de Roberta em defesa dos interesses da região na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Inocente quer saber – O que farão os futuros sem mandato da chapa majoritária da oposição a partir de fevereiro?
Deixe um comentário