O deputado estadual Álvaro Porto (PTB) solicitou à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa que a Casa apure um episódio em que ele, familiares e assessores foram vítimas de uma abordagem policial marcada por excessos e hostilidade.
Em discurso proferido nesta segunda-feira (10.09), ele informou que na noite do dia 29 de agosto, quando chegava em casa, após inaugurar comitê de campanha em Garanhuns, duas viaturas da PMPE perseguiram os carros em que ele e sua equipe se encontravam. Já diante da residência, totalmente iluminada, cerca de seis policias desceram das viaturas apontando fuzis para os ocupantes dos veículos, ordenando que colocassem as mãos na cabeça e se ajoelhassem. Isso tudo mesmo depois de ele informar a identidade e ressaltar que é deputado.
A casa fica na zona rural de Canhotinho, um quilômetro e meio distante da PE-177, que liga Garanhuns (Agreste Meridional) a Quipapá (Mata Sul).
O deputado lembrou que os carros ostentavam adesivos e banners da sua campanha à reeleição. Enfatizou também que já foi prefeito de Canhotinho por dois mandatos e que a população daquela área o conhece e sabe onde ele mora. Portanto considera que, do modo como ocorreu, a abordagem pareceu descontextualizada e fora de propósito. “Não sei se foi algo dirigido a mim”, disse, lembrando que, se for esse o caso, não vai se intimidar. “Tenho minhas posições políticas e ninguém vai calar a minha boca”, frisou.
O deputado observou que se, mesmo depois da identificação, policiais agiram daquela forma com ele e sua família, imagine o que não pode ocorrer com o cidadão comum. “Apontaram fuzis para minha esposa, para minha cunhada, para todos nós, mesmo estando evidente que estávamos voltando de uma atividade corriqueira de campanha”, disse. “Isso é absurdo, é inadmissível. Isso precisa ser apurado junto ao Comando da PMPE, ao governo do estado, ao governador Paulo Câmara, que é o comandante maior. É necessário que isso seja esclarecido. Caso contrário, estaremos abrindo espaço para que aconteça com qualquer um aqui da Casa”, disse, acrescentando que mantém plena confiança nos integrantes da PM e da Polícia Civil, a quem defendeu ao longo de todo o mandato.
O deputado Romário Dias (PSD) reforçou, em aparte, que a Alepe precisa enviar ofício solicitando ao secretário de Defesa Social a abertura de inquérito na Regional de Garanhuns. “É preciso apurar e punir os responsáveis. A Casa mão pode ficar acocorada, tem que zelar pelo seu patrimônio e o seu maior patrimônio são os deputados”, salientou. O primeiro-secretário Diogo Morais afirmou que as medidas cabíveis serão tomadas. A apuração do caso está a cargo da Superintendência da PM na Assembleia.
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