Em política não dá para fazer previsões extremamente antecipadas e que possam ser consolidadas porque ela muda como as nuvens, porém, visando o atual momento, sem sombra de dúvidas os nomes mais competitivos visando o Palácio do Campo das Princesas no ano que vem são o ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o senador Armando Monteiro (PTB).
Nenhum dos dois têm a garantia do governador Eduardo Campos para ser o escolhido na disputa do ano que vem. Cientes de que Eduardo será um eleitor de peso, eles sabem que o escolhido pelo socialista estará na pior das hipóteses no segundo turno.
O primeiro a ser analisado é o senador Armando Monteiro que desde que rompeu com Jarbas Vasconcelos em meados de 2003 acalenta o sonho de ser governador de Pernambuco. Inclusive em 2006 retirou a pré-candidatura a governador para apoiar a candidatura de Humberto Costa. Naquela eleição Armando conseguiu uma expressiva votação para deputado federal com mais de 200 mil votos, sendo o mais votado do pleito. Em 2010 era uma incógnita para alguns na disputa para o Senado contra os “favoritos” Humberto Costa e Marco Maciel. Acabou sendo o mais votado daquele pleito.
Armando Monteiro comanda o PTB em Pernambuco e tem grande inserção no interior. Diferentemente dos demais senadores, o petebista anda nos grotões do estado visando consolidar o projeto. Seu partido em 2012 elegeu 25 prefeitos, conquistando municípios importantes como Garanhuns, Arcoverde, Igarassu, Tabira e Gravatá. Além de possuir expressivas bancadas na Câmara dos Deputados (4 federais), na Assembleia Legislativa (6 estaduais) e na Câmara do Recife (3 vereadores). Enfim, Armando possui um partido estruturado para a disputa.
Além dessas credenciais, o senador possui a maior flexibilidade possível nas alianças políticas. Pode ser o candidato de Eduardo Campos com o apoio da Frente Popular e do PSB; Pode ser o candidato de Dilma Rousseff com o apoio do PT, do PP de Eduardo da Fonte e do PR de Inocêncio Oliveira; Pode ser o candidato da oposição, englobando o PSDB no seu projeto, mas nesse caso específico, Armando já vetou o apoio a Aécio Neves. Aceita receber o apoio do partido, mas não quer se comprometer com o processo nacional.
O outro candidato competitivo é o ministro Fernando Bezerra Coelho. Ex-prefeito de Petrolina com sucesso comprovado em suas gestões, decidiu renunciar a dois anos de mandato para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico no primeiro mandato de Eduardo Campos, sendo considerado o melhor auxiliar do governador. Quis ser candidato a senador na chapa de 2010 da Frente Popular e acabou sendo convencido a desistir do projeto. Em janeiro de 2011 foi escolhido como ministro da Integração Nacional. Desde que assumiu, foi se afastando paulatinamente do governador Eduardo Campos, presidente nacional do seu partido, o PSB, e hoje é um dos auxiliares mais próximos da presidente Dilma Rousseff. Tem recebido sistemáticas críticas de correligionários por ser voz contrária à candidatura de Eduardo Campos a presidente, o que pode inviabilizar uma eventual candidatura sua pelo PSB no ano que vem. Por ter dado mostras de fidelidade ao PT, Fernando pode ser escolhido pelo partido para ser o seu candidato. Para isso precisaria se desfiliar do PSB e ingressar numa legenda da base de Dilma, que pode ser o próprio PT, o PMDB, o PP ou o PSD. Ele já recebeu diversas sondagens, mas o caminho mais natural e menos tortuoso seria o próprio PT, tendo a garantia que receberia o apoio do PP e do PSD para o seu projeto. Ingressar no PMDB poderia trazer-lhe problemas com o senador Jarbas Vasconcelos que hoje comanda o partido em nível estadual.
Ambos os pré-candidatos ao Palácio do Campo das Princesas aguardam as movimentações do governador Eduardo Campos. Caso o socialista opte por um dos dois, este terá grandes chances de vitória no primeiro turno, em caso de uma opção alheia aos movimentos desses jogadores de peso, ambos podem ser candidatos e num segundo turno se unirem contra o escolhido de Eduardo Campos.
O jogo de 2014 recebe contornos cinematográficos, tal como ocorreu em 2006 que culminou na vitória de Eduardo Campos. Diferentemente de eleições passadas, temos candidatos extremamente competitivos e capazes de governar Pernambuco, são eles: Armando Monteiro Neto e Fernando Bezerra Coelho.
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