Armando fez um movimento inteligente com vistas a 2018
O senador Armando Monteiro tem apenas vinte anos de trajetória política, tendo sido deputado federal pela primeira vez em 1998, após o seu pai, Armando Monteiro Filho, perder a disputa para o Senado em 1994. Porém Armando já conseguiu três mandatos de deputado federal, um mandato de Senador e o cargo de ministro do governo Dilma Rousseff, uma trajetória vitoriosa para quem entrou na política um dia desses.
Armando era ator estratégico para 2018, mas com PTB, Podemos, Avante e PRB, ele não teria o lastro político suficiente para enfrentar Paulo Câmara, detentor da máquina e de uma robusta frente política para a disputa e mesmo com problemas de avaliação tem chances reais de se recuperar. Ficaria com um arco de alianças restrito e seria presa fácil na disputa de 2018 tal como foi em 2014.
Quando estabeleceu o diálogo com os ministros pernambucanos e consolidou o afastamento do PT, Armando abriu espaços para integrar uma importante frente política que colocaria em risco a hegemonia do PSB. Não era um movimento fácil, precisava ter desprendimento e sentimento aliancista, e assim ele fez. Na entrevista que deu a imprensa em Caruaru na última segunda-feira Armando disse que não importava o cargo, o que valia era servir a Pernambuco, deixando nas entrelinhas pela primeira vez que poderia não ser candidato a governador no ano que vem.
O movimento o coloca inicialmente na condição de candidato a um novo mandato de senador, porém ele não estaria totalmente excluído da hipótese de ser o candidato a governador, a depender das circunstâncias políticas envolvendo outros atores da frente de oposição, mas com um diferencial de antes da aproximação com os Coelho e os ministros de Temer, que agora ele sairia do isolamento para liderar uma ampla frente política.
Armando Monteiro, depois de Fernando Bezerra Coelho, foi quem melhor se movimentou no tabuleiro das eleições de 2018 em Pernambuco, pois tem dois caminhos extremamente factíveis para 2018, que é a reeleição para o Senado na condição de favorito, caminho mais provável, ou uma candidatura a governador contra Paulo Câmara representando uma ampla frente política que antes não tinha.
Aproximação – O governador Paulo Câmara irá intensificar as conversas com deputados estaduais, federais, prefeitos e lideranças políticas do estado para auscultar as demandas de cada um e manter a tropa unida para a guerra de 2018 contra a oposição. A força-tarefa deverá ser colocada em prática muito em breve com ações do PSB em todas as regiões de Pernambuco.
Não fecha – A conta de Jarbas Vasconcelos de aceitar os Coelho no PMDB com naturalidade, apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara e aprovar uma aproximação do governador com o PT não fecha. Todas as alternativas são politicamente excludentes. Se fosse para apoiar a reeleição do governador, os Coelho não precisavam sair do PSB.
Passe – Com a provável perda do PMDB, o governador Paulo Câmara precisará fazer das tripas coração para manter o PP na aliança, pois o partido tem a quarta maior bancada e tem um expressivo tempo de televisão para ofertar ao governador. A fatura desse apoio de Eduardo da Fonte será muito maior do que a que foi paga em 2014 para garanti-lo no palanque da Frente Popular.
Elogios – Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, não há um único aliado que não reconheça o esforço e a dedicação que o governador Paulo Câmara vem desempenhando para levar o estado a mares mais calmos. As críticas feitas não são destinadas ao governador, mas apenas a duas áreas do governo, que são a segurança pública e a articulação política.
RÁPIDAS
Charles Ribeiro – O presidente do DETRAN Charles Ribeiro, aliado incondicional do deputado federal André de Paula, tem realizado um excelente trabalho à frente do órgão. Charles vem dando uma nova dinâmica ao DETRAN que tem sido reconhecida por muita gente.
Esquentando – Estrela das inserções do PSC de Pernambuco, o deputado estadual André Ferreira está esquentando o seu nome para o Senado em 2018. O seu grupo governa Jaboatão dos Guararapes com Anderson Ferreira e em caso de candidatura ao Senado mandará Manoel Ferreira para a Alepe e Fred Ferreira para a Câmara dos Deputados.
Inocente quer saber – Qual será o tamanho do voto evangélico nas eleições de 2018 em Pernambuco?
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