Disputa entre Alckmin e Doria tende a se acirrar
O PSDB vivencia a sua eterna briga de egos para ver quem representará o seu projeto em 2018. Desta vez a disputa se dá entre criador e criatura, onde João Doria foi eleito prefeito de São Paulo com o apoio de Geraldo Alckmin, atual governador, e agora se engalfinham ainda que reservadamente pela indicação tucana como candidato a presidente da República em 2018.
A candidatura de Alckmin seria o ponto natural pois ele foi reeleito governador, tendo ocupado o cargo pela quarta vez e espera ter a sua segunda chance como candidato a presidente da República. Mas muitos consideram que ele não seria o candidato dos sonhos do tucanato por ser muito discreto sendo comparado a um picolé de chuchu, enquanto seu pupilo vem roubando a cena e pautando a política brasileira com suas frases de efeito e sua forma de utilizar as redes sociais de maneira diferenciada.
O dilema do PSDB não é fácil, pois tem um candidato que não é muito bom de se vender mas que seria um grande presidente da República que é o caso de Alckmin e outro que é o marketing em pessoa mas que ainda é uma incógnita na política, uma vez que por mais desafios que tenha em governar a cidade de São Paulo, ainda é pouco para afirmar que Doria seria o presidente que o Brasil precisa.
Ontem Doria foi incentivado pelo presidente Michel Temer, que reconheceu a sua visão de Brasil e tacitamente sinalizou que o prefeito seria um bom candidato a presidente. O recado tinha endereço certo, pois Temer não engole a postura do PSDB de se dividir ao meio na votação da denúncia mesmo tendo quatro ministérios, e ele atribui essa prática ao governador Geraldo Alckmin que como um tucano de carteirinha adora subir no muro e na denúncia contra Temer não foi diferente.
Essa briga tucana entre criador e criatura está longe de ter fim, mas assim como em outras ocasiões em cenários parecidos, a tendência é que ninguém se entenda e mais uma vez o PSDB perca o cavalo selado de 2018.
Equívoco – O advogado Antônio Campos declarou que o governador Paulo Câmara seria candidato a vice-presidente da República e o prefeito Geraldo Julio seria candidato a governador pelo PSB. Ambos teriam que renunciar aos seus atuais cargos para colocar a tese de Antônio Campos em prática, pois a Lei obriga que prefeitos e governadores se desincompatibilizem do cargo para disputar outros cargos eletivos. Portanto, isso não passa de um devaneio da cabeça do irmāo de Eduardo. Paulo Câmara é candidatissimo a reeleição.
Cobrança – O deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, questionou a falta de inciativa do governador Paulo Câmara em relação à proposta do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de transferir a produção do fator VIII recombinante da Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobrás), em Goiana, para o Paraná.
Seminário – Ocorre até a próxima sexta-feira no auditório do Centro Administrativo Municipal a I Semana Jurídica do Cabo de Santo Agostinho. O evento conta com a presença de vários juristas, dentre eles o conselheiro do TCE Dirceu Rodolfo, que também é corregedor geral do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e abriu o evento ontem.
Ipojuca – A prefeita de Ipojuca Célia Sales (PTB) vem conseguindo imprimir um modelo de gestão que tem sido reconhecido pelos ipojucanos e por quem acompanha a política da cidade. Após uma gestão rejeitada pela população do ex-prefeito Carlos Santana (PSDB), a população queria algo diferente na cidade, e pelo que se diz no município, está recebendo uma mudança para melhor.
RÁPIDAS
Camaragibe – O vereador Paulo André, presidente do PSB de Camaragibe, decidiu apoiar a gestão do prefeito Demóstenes Meira (PTB), que faz uma gestão bem-avaliada no município. Meira agora tem a maioria absoluta na Casa Vicente Lacerda de Menezes.
Palestra – Realizo hoje na Universidade Anhanguera em Olinda uma palestra sobre o cenário político brasileiro e as eleições de 2018 a convite de André Siqueira. O evento começará a partir das 19:30 horse e contará com a presença de muitos políticos da cidade e alunos da faculdade. Nossas palestras têm ganhado espaço em todo o estado de Pernambuco com convites cada vez mais frequentes.
Inocente quer saber – Quando Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo irão pro xilindró?
José Mário diz
Bom, ainda é lenda que Alckmin e Dória estão se estranhando, me parece mais estratégias de outro partidos para afastar o que hoje pode ser algo considerável numa eleição, um candidato em potencial apoiando outro…
Dória somente será candidato se, e somente se, Alckmin recuar de seu projeto e oferecer de bandeja a Dória, e isso será muito difícil acontecer salvo um fato político (denúncia?) ou pessoal surja na vida de Alckmin (doença?) para que ele abra mão de uma disputa que teria muita mais chances de ganhar.
Quanto a Paulo Câmara, a idéia de Tonca não é de toda a ser descartada, mesmo porque observamos nos últimos meses o PC trabalhando bem as questões de ordem nacional, evitando confrontos diretos, deixando para os políticos uma imagem de bom negociador e até mesmo estrategista, mesmo que de forma ainda tímida.
Mas realmente, para acontecer algo como isso, precisaria que lhe fosse indicado uma vice de um candidato muito forte, tipo Alckmin ou Bolsonaro, ou mesmo o Dória, caso lhe dessem a oportunidade.
Abraços.