Desde o que o PT ingressou na presidência da República em 2003 a Câmara dos Deputados e o Senado Federal foram perdendo relevância na sociedade, um dos principais motivos se deu por ambos se tornarem meros anexos do governo federal.
Tanto nos dois mandatos de Lula quanto no primeiro mandato de Dilma, tudo que é enviado ao Congresso Nacional pelo governo é aprovado com folga e sem qualquer discussão de mérito. Algo um pouco diferente dos tempos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Na eleição de José Sarney em 2009 já havia um certo desconforto junto a opinião pública para o Senado. Mesmo renovando em 2/3 do Senado em 2010, a conjuntura política da Casa de subserviência e acordos escusos continuou.
Isso desembocou na eleição de Renan Calheiros, numa disputa onde 78 senadores votaram e dos votos, ele recebeu uma maioria esmagadora, 56, para comandar um orçamento de mais de R$ 3,5 bilhões pelos próximos dois anos.
Renan dispensa comentários, é um profissional no ramo da articulação política, para o bem e para o mal, diga-se de passagem. Já se envolveu em escândalos de corrupção quando foi presidente do Senado e precisou renunciar ao cargo para não perder o mandato. Colocar Renan na presidência nada mais é do que sambar na cara da opinião pública.
E não adianta fingir que não é com os senadores, apenas 25 de um contingente de 81 senadores não contribuíram para essa vergonha para a já cambaleante política brasileira. Dos quais, apenas 18 votaram na candidatura alternativa de Pedro Taques, enquanto os demais se abstiveram de proferir sua opinião, seja faltando a sessão, seja votando em branco.
Fica cada vez mais evidenciado que, apesar de 26 estados e um distrito federal elegerem três Senadores, existe uma ‘elite’ política dominante, composta por Fernando Collor, Renan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá e alguns outros que se revezam no comando do Senado da República. O grande problema é que essa ‘elite’ nada mais é do que o que há de mais putrefado no país em termos de corrupção.
Uma vergonha para o Brasil, o Senado ficou menor.
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