Por Terezinha Nunes
O estado de Pernambuco que, historicamente, realiza eleições tidas como das mais importantes no país, poderá viver no próximo ano um debate que vai marcar época caso se configure, como mostra-se previsível nestes dias, o cenário de duas candidaturas a presidente no campo governista: a da atual presidente Dilma Rousseff e a do governador Eduardo Campos.
Com seu nome “vendido”, nacionalmente, como um gestor eficiente que levou o estado a níveis invejáveis de crescimento, o governador Eduardo Campos terá que afiar as garras para enfrentar o outro lado da moeda : a discussão sobre quem mais fez pelo estado – se ele ou a dupla Lula/Dilma que estará presente nos palanques com números na mão.
Embora ainda se mantenha em vigília, o PT já se prepara para mostrar que Lula e Dilma viabilizaram a vinda para o estado de grandes investimentos – alguns assegurados ainda no governo Jarbas – como a refinaria da Petrobrás (em construção) e o estaleiro Atlântico Sul. Sem contar os iniciados projetos da Transnordestina e da Transposição do rio São Francisco. Os dois primeiros beneficiando o litoral. Os outros dois os mais longínquos recôncavos sertanejos.
Está certo que nada disso viria ou se consolidaria se o então governador Jarbas Vasconcelos não tivesse usado os recursos da privatização da Celpe para realizar grandes investimentos em infraestrutura, incluindo a conclusão do Porto de Suape. Também é verdade que Jarbas foi atrás do estaleiro e venceu a disputa com 11 estados e que a refinaria só ficou em Pernambuco porque o presidente da Venezuela, Hugo Chaves, parceiro na época do empreendimento, assim o exigiu. E tudo isso vai ser o incluído no debate.
É igualmente patente que, em que pese as falhas do seu governo em diversas áreas, o governador Eduardo Campos tem feito jus à fama de gestor moderno e, na esteira dos grandes investimentos do Governo Federal, tem realizado esforços para atrair outros investimentos.
O PSB, por outro lado, que se beneficia neste momento da crença da população de que foi tudo “Eduardo que fez” sabe que não vai ser fácil enfrentar o palanqueiro Lula a vomitar cobras e lagartos para defender sua candidata. Além do mais, a dificuldade que outros presidenciáveis teriam de enfrentar o governador em sua terra, Lula não terá. É, como Eduardo, um pernambucano.
Por enquanto, tudo isso são conjecturas. Há quem jure que Eduardo não será candidato. Está apenas se cacifando para disputas futuras ou para negociar bem o seu apoio. Se depender dos socialistas pernambucanos ele enfrenta a parada de todo jeito.
Se vencer, o que é muito difícil em se tratando da pluralidade de candidatos que se avizinha, o que beneficiaria a oposição, Eduardo estará consagrado. Depois de derrotar o PT em Pernambuco carregaria a fama a nível nacional.
Se perder, porém, terá seu patrimônio diminuído, inclusive em Pernambuco. Lula, sem dúvida, vai querer o seu pedaço neste latifúndio e vai macular, pelo menos em alguns pontos percentuais, a atual popularidade do governador.
Curtas
Incrível – A decisão do TRE de somar os votos brancos e nulos aos votos válidos de Água Preta para permitir a posse de Eduardo Coutinho como prefeito é tão esdrúxula que, se aplicada ao Recife, Geraldo Júlio não venceria a eleição no 1.o turno. Ele teve 453.380 e as oposições 433.019. Os votos brancos e nulos somaram 91.714 votos.
João Paulo – Cabreiro sobre a provável candidatura do governador Eduardo Campos a presidente, o PT já colocou o deputado federal João Paulo em stand by. Confirmada a candidatura de Eduardo, será escalado para a majoritária estadual com o objetivo de montar o palanque de Dilma em Pernambuco.
PMDB fora – Se der tudo errado nos planos do PSB e o governador não for candidato a presidente dificilmente o PMDB pernambucano o acompanhará no apoio à reeleição da presidente Dilma. O senador Jarbas Vasconcelos continua ferrenho adversário do petismo.
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