Desde que perdeu a eleição para o PT em 2002 com a vitória de Lula, o PSDB parece ter perdido o rumo político nacional. Foram duas derrotas com José Serra (2002 e 2010) e uma com Geraldo Alckmin (2006).
Mesmo detendo oito governos estaduais: São Paulo, Paraná, Pará, Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Roraima e Tocantins e governando praticamente metade da população brasileira, não há uma consolidação política para um projeto nacional.
Em vez de buscar novas alianças com potenciais partidos como PP, PDT, PSB, PR, PSD e PTB visando a disputa presidencial, no intuito de afinar um discurso que possa se contrapor ao projeto de continuidade do PT, seja com a reeleição de Dilma Rousseff ou uma nova candidatura de Lula, o PSDB segue dando murro em ponta de faca.
A nova pisada na bola dos tucanos foi criticar o pronunciamento de Dilma Rousseff sobre a redução de energia. Como questionar uma ação governamental sob o prisma da ótica eleitoral faltando vinte meses para a próxima eleição? Pode ter lógica para os atores políticos, mas para o grande público, não há eficácia alguma, pelo contrário, parece mais que o partido é contra a redução da conta de luz.
O partido lançou Aécio Neves recentemente como candidato a presidente da República com quase três anos de antecedência. Enquanto um candidato não-declarado vive surfando na onda da imprensa nacional (Eduardo Campos), o candidato declarado (Aécio Neves) não consegue sequer ganhar uma nota de rodapé nos principais jornais do país.
Por quê isso? Porque não há consistência. O discurso de choque de gestão de Aécio Neves não tem reverberação política e social a nível de Brasil. Em vez do PSDB encampar a ideia do novo Pacto Federativo, redistribuindo o bolo tributário de forma mais próxima da população, explicando de forma simples e prática para o grande público a importância disso, fica perdendo tempo com querelas que não levam o partido a lugar nenhum.
Um partido com a importância do PSDB para o Brasil merecia representar algo melhor do que o que representa hoje. Nada mais é do que um aglomerado de políticos que não conseguem apresentar um discurso viável, talvez isso se dê pelo fato de ter chegado ao poder muito jovem, sem conhecer os tortuosos caminhos da oposição, ou talvez, ideia mais plausível, de nunca ter defendido o legado do seu ícone maior: Fernando Henrique Cardoso.
Ou o PSDB muda a postura, apresenta um projeto diferente para o Brasil e amplia o leque de alianças, ou então pode ter o mesmo fim do seu parceiro político, o DEM, ou seja, o ostracismo.
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