A formação de um novo Grupo Independente pode estar em curso
Após as eleições de 2002 quando Jarbas Vasconcelos foi reeleito com Marco Maciel e Sérgio Guerra se elegendo para o Senado, um grupo formado por José Múcio Monteiro, Joaquim Francisco, Luiz Piauhylino, Armando Monteiro e Roberto Magalhães decidiram lançar o chamado Grupo Independente para se contrapor ao governo Jarbas e preparar uma candidatura a prefeito do Recife nas eleições seguintes.
Esse grupo não conseguiu emplacar Joaquim Francisco na prefeitura em 2004 mas foi fundamental para a queda da hegemonia da União por Pernambuco dois anos depois com a vitória de Eduardo Campos em 2006. Desse movimento Armando Monteiro e José Múcio se aproximaram do PT e até hoje modificou a correlação de forças no estado sobretudo após a junção de Eduardo Campos e Jarbas Vasconcelos em 2011.
Com a queda de Dilma Rousseff e a chegada de Michel Temer ao Palácio do Planalto, um novo fato mexeu com a correlação de forças em Pernambuco, pois quatro pernambucanos viraram ministros, e três deles eram integrantes da União por Pernambuco no governo Jarbas. Como se não bastasse, o movimento feito por Paulo Câmara de pedir os cargos do PSDB de Bruno Araújo e do DEM de Mendonça Filho logo assim que assumiram, respectivamente o ministério das Cidades e da Educação, deixou fraturas abertas na Frente Popular que podem permitir a construção de uma nova frente ou até mesmo uma reedição da União por Pernambuco.
Mendonça, Bruno e Jungmann que comandam o DEM, o PSDB e o PPS, possuem atualmente uma força que até o início de 2016 sequer imaginavam ter, e junto com Fernando Filho, eles formam o G4 de Pernambuco na Esplanada dos Ministérios. Com as quatro pastas juntas, eles formam uma espécie de poder paralelo ao Palácio do Campo das Princesas, e naturalmente colocarão condições importantes para manter a aliança com Paulo Câmara visando 2018, caso o governador não atenda determinadas condições, tal como Jarbas fez na época com o GI de 2003, é possível que eles considerem a hipótese de formar um novo núcleo de poder numa aliança com o senador Armando Monteiro, onde Mendonça ou Bruno ocupariam a cabeça desse projeto. O que ainda sustenta a manutenção destes atores políticos na Frente Popular é a vitória praticamente consumada de Geraldo Julio no Recife, pois se o resultado fosse outro a debandada dos ministros da Frente Popular seria inevitável.
Alepe – Garçons do buraco frio da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Cincinato e Da Mata têm um conhecimento sobre política refinado pois estão ao lado da maioria dos deputados estaduais que frequentam diariamente o ambiente. Eles conseguem ter, como poucos, um grande panorama das eleições em todo o estado e são capazes de fazer prognósticos certeiros de fazer inveja a qualquer cientista político.
Recado – Prestes a perder a prefeitura de Olinda conforme atestou a pesquisa Datamétrica divulgada ontem, o advogado Antônio Campos atirou contra o PSB durante entrevista na TV Jornal. Ele afirmou que setores do PSB torcem contra a sua candidatura porque temem o surgimento de uma nova liderança política caso se eleja prefeito no domingo. O recado teve endereço certo: a família de Eduardo.
Problema – Qualquer que seja o resultado em Olinda no próximo domingo, o Palácio do Campo das Princesas sabe que Antônio Campos será um grande problema para administrar. Se perder ele culpará o Palácio, e se ganhar ele dirá que apesar da falta de empenho do governador Paulo Câmara conseguiu a vitória e não deverá nada a ninguém do partido do seu avô e do seu irmão.
Contradição – Apesar de ser um ferrenho defensor da ética e combativo político contra a corrupção, o deputado federal Jarbas Vasconcelos em Camaragibe aceitou subir no palanque de Jorge Alexandre que se envolveu no escândalo dos medicamentos deflagrado pela Polícia Federal. Jarbas não só subiu no palanque como chamou Jorge de homem honrado. De nada adiantou o empenho do ex-governador, pois seu candidato acabou sofrendo uma fragorosa derrota em Camaragibe.
RÁPIDAS
Força – O presidente Michel Temer deu mais uma demonstração de força na Câmara dos Deputados após a aprovação da PEC 241 que estabelece um teto dos gastos públicos pelos próximos vinte anos com 359 votos. A proposta de emenda à constituição era fundamental para o êxito do governo Temer e principalmente para recolocar a economia brasileira nos trilhos. Agora ela segue para o Senado para ser apreciada.
Vitória – O prefeito Elias Lira (PSD) está entregando a cidade de Vitória de Santo Antão para o prefeito eleito Aglaílson Júnior (PSB) numa situação de abandono total. Mesmo sendo o décimo maior PIB de Pernambuco, Elias foi incapaz de melhorar os serviços públicos. Aglaílson pode estar recebendo uma verdadeira herança maldita do seu antecessor.
Inocente quer saber – Qual será o desfecho da eleição de Caruaru no próximo domingo?
William Pontes diz
Há políticos em Pernambuco que são sepulcros caiados, e Mendoncinha tá sendo vaiado até em encontro religioso. Estranhamente o blog não registrou tal fato.