Em sua segunda intervenção no julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) rebateu hoje o argumento do processo de impeachment que acusa a presidente afastada Dilma Rousseff de haver descuidado da austeridade fiscal.
Em indagações ao ex-ministro do Planejamento e da Fazenda, Nelson Barbosa, penúltima testemunha de defesa no processo do impeachment, Armando relatou ter presenciado, como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o esforço da presidente Dilma em promover um “severo ajuste fiscal” num cenário extremamente desafiador.
Segundo o senador pernambucano, foi evidente o grau de prioridade dado pelo governo ao ajuste fiscal. “Presenciei em diversas reuniões a presidente Dilma arbitrando medidas neste sentido”, relatou. Apontou como um dos fatores da recessão econômica do país a “luta política” que, na sua visão, paralisou no Congresso a agenda de reformas fiscais do governo Dilma.
Armando assinalou ter havido uma “tempestade perfeita” na origem do quadro recessivo instalado na economia brasileira – ou seja, uma série de “fatores exógenos” ocorridos ao mesmo tempo que contribuíram para a desaceleração da atividade econômica.
Além do impasse político instalado no Congresso, citou, entre estes fatores, a queda expressiva das receitas; a desaceleração da economia da China, principal parceiro comercial do Brasil; o declínio dos preços das commodities; e os efeitos da Operação Lava Jato nas atividades da Petrobras e das outras empresas da cadeia de óleo e gás, responsáveis por investimentos diretos correspondentes a 15% do PIB (Produto Interno Bruto).
O ex-ministro Nelson Barbosa declarou que o esforço fiscal promovido pelo governo Dilma Rousseff foi de R$ 134 bilhões. Alinhou, entre as medidas do ajuste fiscal da presidente afastada, a redução de subsídios a novas operações do BNDES para investimentos; correção dos preços administrados; revisão das regras do seguro-desemprego, do abono salarial e da desoneração da folha de pagamentos.
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