O Ambulatório Especializado da Mulher (Amem) é um exemplo da contradição da gestão do PSB na Prefeitura do Recife. Enquanto o prefeito Geraldo Júlio alardeia as maravilhas do Hospital da Mulher, o único ambulatório voltado ao público feminino, o Amem, está fechado há mais de dois meses, por ameaça de desabamento do teto. O centro de referência teve seus serviços precariamente transferidos para uma sala da Policlínica Albert Sabin, situada no mesmo bairro.
O reparo do telhado é uma reivindicação antiga da direção do ambulatório, mas as fortes chuvas registradas no início do inverno agravaram ainda mais o risco de a cobertura do imóvel ruir. “A administração municipal alega que a demora para a realização do reparo se deve à falta de recursos, embora já tenha desembolsado este ano (até abril) R$ 3,41 milhões em publicidade. A área de comunicação, aliás, tem sido bastante beneficiada pelo atual governo municipal, com R$ 68,18 milhões desembolsados durante a gestão”, comparou o deputado Silvio Costa Filho (PRB).
O Amem existe há mais de 35 anos e chegou a realizar uma média de 2,5 mil consultas mensais. Eram oferecidos atendimento em ginecologia, mastologia, psicologia e prevenção do câncer do colo do útero e de mama, além de assistência para doenças sexualmente transmissíveis, aids e climatério. Em casos suspeitos de violência, as mulheres recebiam no local o primeiro atendimento psicológico, sendo encaminhadas posteriormente para o Ambulatório Wilma Lessa, no Hospital Agamenon Magalhães, ou para o também negligenciado pela gestão municipal, Centro Clarice Lispector.
Silvio também chama a atenção para o espaço onde funcionou o Hospital de Pediatria Maria Cravo Gama, em Afogados. A unidade chegou a ser premiada nacionalmente pela qualidade dos seus serviços, fechou as portas para ser demolida e ampliada, mas foi abandonada pelo governo municipal. “Chegaram a prometer a construção de uma Upinha 24 horas no local, com previsão de entrega para este ano, mas como não há nenhum sinal de obra na área, esse deve ser mais um projeto a ficar no papel”, avaliou. Conhecido como Casa das Crianças nos seus mais de 50 anos de existência, o Cravo Gama atendia a um público infanto-juvenil, com uma média de 200 pessoas por dia.
O deputado destaca que as duas unidades são exemplo do modo de gerir a cidade do PSB, que investe em obras para a propaganda mas abandona os equipamentos já existentes. “Antes de prometer uma nova unidade, é preciso manter os equipamentos que a cidade possui e prestar um bom serviço à população, mas o governo municipal tem insistido em criar ilhas da fantasia, enquanto abandona as unidades que até pouco tempo tinham seus serviços reconhecidos nacionalmente”, criticou.
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