Uma reedição de 2012 com algumas mudanças
A disputa pela prefeitura do Recife este ano tende a ser protagonizada por quatro partidos que protagonizaram a disputa em 2012: PSB, PSDB, PT e DEM. A diferença é que Priscila Krause substitui Mendonça Filho no DEM e João Paulo entra no lugar de Humberto Costa. Naquela eleição, Geraldo e Daniel começaram atrás num processo que estava sendo liderado por Mendonça e Humberto, mas findaram numa polarização que por muito pouco não foi ao segundo turno.
Este ano João Paulo e Gerado Julio são os líderes, enquanto Daniel está em terceiro lugar e Priscila Krause se apresenta na quarta colocação. A diferença para João Paulo é que se em 2012 o PT vivia uma situação confortável em relação a opinião pública, esse ano o partido deve puxar seus candidatos pra baixo, e com João Paulo não deve ser diferente, uma vez que sua postulação não tem mais o forte apelo de 2000 e 2004 quando foi eleito e reeleito.
No caso de Priscila Krause, ela tem um potencial de crescimento durante a campanha, que poderá ser confirmado ou não a depender da conjuntura eleitoral. Priscila não deve desidratar como Mendonça desidratou em 2012, ela pode crescer a depender do discurso, mas seu maior obstáculo será suplantar o desconhecimento com apenas 30 segundos de guia eleitoral. Mendonça tinha quase dois minutos eme 2012 e acabou patinando com a mesma coligação que dará suporte a Priscila.
Daniel Coelho disputa com uma coligação pequena, perdeu o PPS e o PTdoB de 2012 para Geraldo Julio e João Paulo, respectivamente, mas ganhou o PSL, e deve ter um minuto e meio para se apresentar ao eleitorado. O tom de Daniel norteará a sua sorte na disputa. Seu maior desafio na eleição será ultrapassar João Paulo, que tende a desidratar durante a disputa. Daniel também precisará evitar que Priscila “roube” os seus votos, uma vez que ambos possuem um perfil de eleitorado muito parecido.
Por fim o atual prefeito Geraldo Julio terá dois desafios que não precisou enfrentar em 2012, o primeiro é o desgaste de uma gestão, que no cenário de crise que o país vive acaba prejudicando os atuais gestores perante a opinião pública, Geraldo terá que gastar muita sola de sapato e muita saliva para convencer o eleitor a lhe dar mais quatro anos de gestão. O desafio de Geraldo se torna mais complexo ainda pela ausência de Eduardo Campos, que era um monstro sagrado da política, e foi o único responsável pela vitória de Geraldo em 2012. Sem Eduardo, Geraldo terá que mostrar que é capaz de andar com as próprias pernas, situação que não será tarefa fácil. De todo modo, pela estrutura que tem em torno dele, Geraldo deverá crescer ao longo da campanha.
Se pudesse fazer um prognóstico de como a campanha deve terminar em outubro, é o de que existe uma grande possibilidade da polarização Geraldo Julio x Daniel Coelho de 2012 se repetir em 2016, com o adendo de uma grande chance de haver um segundo turno entre o socialista e o tucano, fato que não aconteceu em 2012 por muito pouco.
Em família – O candidato a vereador Fred Ferreira (PSC) é a aposta dos deputados André Ferreira (PSC) e Anderson Ferreira (PR) para a disputa por uma vaga na Câmara Municipal do Recife. Fred é cunhado de Anderson e André e coordena o Projeto Libertador realizado pela família Ferreira. É um dos mais cotados para chegar a Casa José Mariano, devendo superar a barreira dos dez mil votos.
João Baleia – Candidato a prefeito de Barreiros pelo PDT, João Baleia reuniu uma multidão na sua convenção ontem no Clube Caiadores. Baleia enfrentará o atual prefeito Carlinhos da Pedreira (PSB) e já foi prefeito da cidade por dois mandatos, entre 1997 e 2004. João Baleia é o líder nas pesquisas para governar o município pela terceira vez.
Betinho Gomes – O deputado federal Betinho Gomes realizou sua convenção ontem no Cabo de Santo Agostinho, o ato contou com a presença do prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes, do ministro das Cidades Bruno Araújo e do deputado federal Daniel Coelho, que é candidato do PSDB a prefeito do Recife. Betinho tentará, pela terceira vez seguida, chegar ao comando da prefeitura do Cabo e enfrentará Lula Cabral, que também foi oficializado como candidato.
Recursos – O Ministério da Educação promove, nesta segunda-feira, a partir das 9h, na sede da Amupe, o evento “FNDE Soluções Locais”, para capacitar gestores municipais e resolver pendências relacionadas à execução de programas educacionais no Estado. O ministro Mendonça Filho fará a abertura do evento e anunciará liberação de recursos na ordem de R$ 171,2 milhões para prefeituras de 27 Estados do País para programas como o Dinheiro Direto na Escola (PDDE), merenda, transporte escolar e obras do PAR e do PAC Educação, como a construção de escolas, creches e quadras. Para Pernambuco, serão liberados cerca de R$ 7,1 milhões para atender a 46 municípios.
RÁPIDAS
Presença – O senador Fernando Bezerra Coelho compareceu neste domingo a duas importantes convenções do PSB em Pernambuco, a primeira em Olinda pela manhã homologou a candidatura do advogado Antônio Campos e a segunda, à tarde, consolidou o nome de Madalena Britto em Arcoverde.
Reduzido – As manifestações que pedem o impeachment definitivo de Dilma Rousseff realizadas ontem tiveram número reduzido nas ruas. Isso significa que os brasileiros já consideram que Dilma faz parte do passado e agora a ordem é virar a página com o governo Michel Temer para tirar o país da crise.
Inocente quer saber – Alguém acredita mesmo que Michel Temer não será candidato à reeleição se consertar a economia?
Ed Soares diz
Edmar, amigo, a mentira doi um tanto exagerada na tirinha ai sobre João Baleia. Mas como acredito que mandaram pra ti essa informação, é passavel.
William Pontes diz
A coluna tem uma série de equívocos de avaliação, e vou deixar gravada para posterior checagem. Na minha modéstia otica: a) não se deve, mesmo com os desgastes do PT, substimar JP. Basta acompanhar a resistência dos movimentos populares; b) o novo na eleição do Recife é Priscila se galvanizar esse sentimento poderá ser a surpresa; c) o brasileiro ja conhece em pouco tempo a face do Temer, um gastador por excelência e um político que compactua com a corrupção. Vida o esforço para preservar Cunha e a manutenção de figuras carimbadas pela corrupção no governo, especialmente o trio de ouro Geddel Vieira, Moreira Franco e Eliseu Padilha. Ao cabo e ao fim não ha condições morais e materiais para o Temer tirar o país da crise, apesar do grande esforço dos beneficiados pelo golpe político. Aliás, reconhecido pelo próprio Temer em entrevista no final de semana ao decmarar: ” O processo contra aDilma é político e não juridico”. Quanto a baleia sejamos ecológicos deixanos viver.