Lula caminha para um fim melancólico
Lula disputou cinco eleições presidenciais, perdendo três e vencendo duas, e se tornou a maior liderança política da esquerda brasileira. Conseguiu ao longo dos oito anos do seu governo sair com elevada aprovação e emplacar a sua sucessora. Foi beneficiado por uma conjuntura econômica nacional e internacional bastante favorável, mas teve os méritos de ser um político habilidoso e saiu ileso das crises políticas que surgiram no seu governo. Foi tão bem que emplacou Dilma Rousseff para a presidência da República em 2010 e ainda foi o grande responsável, ao lado do marqueteiro João Santana, pela vitória da sua sucessora em 2014.
O sucesso subiu a cabeça de Lula, que se achou acima do bem e do mal, e um inimputável, pois escapou ileso do mensalão. Mas na verdade a queda viria a galope. Era questão de tempo os escândalos dos governos do PT macularem a imagem do “santo” Lula. O Petrolão e a Operação Lava-Jato chegaram de forma devastadora e hoje Lula deixou de ser acima de todos e passou a ser um reles mortal, com grandes chances de passar um bom tempo na cadeia.
Só essa possibilidade destruiu a imagem de Lula, que deixou de ser uma figura política respeitada para ser rejeitada por 46% dos brasileiros, que dizem não votar de jeito nenhum no petista, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada no final de semana. Esse percentual tem uma característica de praticamente inviabilizá-lo numa disputa presidencial, uma vez que ele é conhecido por quase 100% dos brasileiros.
Por outro lado, apenas 22% a 23%, a depender do cenário, afirmam votar em Lula caso ele venha a disputar novamente o Palácio do Planalto. E num segundo turno ele perderia para qualquer adversário que o enfrentasse. Isso mostra que Lula deixou de ser um mito. Os brasileiros, que viram a economia degringolar pelo governo Dilma Rousseff, atribuem também a Lula um pouco de culpabilidade pelo atual cenário do país, uma vez que foi por causa do prestígio dele que eles elegeram a sua criatura para governar.
A tampa do caixão político de Lula, desconsiderando a hipótese de prisão que é bastante plausível, se dará primeiramente na consumação do impeachment de Dilma Rousseff pelo Senado, fato que deverá ocorrer entre agosto e setembro, e posteriormente nas eleições municipais de 2016, onde todos os candidatos do PT a prefeito nas maiores cidades estão patinando nas pesquisas, com raríssimas exceções. Se o cenário se confirmar nas urnas em outubro, Lula estará sepultado, pelo menos por enquanto, para 2018.
Preferência – O presidente Michel Temer tem conquistado parte significativa dos brasileiros. Na pesquisa Datafolha 50% dos entrevistados querem que ele continue no cargo, enquanto 32% pedem a volta de Dilma Rousseff e apenas 3% querem a realização de novas eleições. Temer possui 42% de regular, 14% de ótimo/bom, 31% de ruim/péssimo e 13% não quiseram opinar.
Economia – Não é só o eleitor que considera que a continuidade de Temer é melhor do que a volta de Dilma. O mercado nacional e internacional está bastante otimista com o futuro da economia no país. Ele espera que com a consolidação do impeachment de Dilma Rousseff, o governo Michel Temer conseguirá deslanchar na economia, cujos resultados já serão observados em 2017.
Faculdade – Recife vai ganhar uma faculdade com modelo inovador, focada no desenvolvimento de soluções para o mercado. O credenciamento da Faculdade Cesar Educação será homologado nesta segunda-feira, às 9h30, pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, após autorização do Ministério de Educação na semana passada. A solenidade será na sede do Cesar, no bairro do Recife.
Mal-interpretado – O ministro da Saúde, Ricardo Barros, deu declarações, neste final de semana, que foram mal interpretadas na imprensa. Em nota, o Ministério da Saúde diz que o título da matéria “Para ministro, pacientes imaginam doenças”, está equivocada. O deputado Fernando Monteiro (PP) conversou com o ministro, seu colega de partido. Segundo o deputado, ele afirmou que em momento algum usou a expressão “imaginação”.
RÁPIDAS
Miguel Coelho – Com um cenário de fragmentação de candidaturas em Petrolina, qualquer candidato que chegar a 35% dos votos tende a ganhar a prefeitura em outubro. O deputado Miguel Coelho (PSB) é o candidato do grupo liderado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, que historicamente possui pelo menos 30% dos votos nas eleições. Caso Miguel consiga avançar deste patamar, terá grandes chances de se eleger.
Sucesso – O blogueiro Wellington Ribeiro, editor do Blog Ponto de Vista, realizou um grandioso evento na última sexta-feira em São José da Coroa Grande, no Litoral Sul. O evento contou com a nossa palestra sobre o cenário político e com a presença de várias lideranças políticas da região, dentre elas o prefeito de Barreiros Carlinhos da Pedreira (PSB).
Inocente quer saber – Quem será o candidato preferencial de Armando Monteiro para a Câmara Federal em 2018?
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