Geraldo Julio terá reeleição dificílima
Prestes a entrar no último mês do primeiro semestre, lembro que falei aqui neste espaço que o primeiro semestre definiria a viabilidade de Geraldo Julio. Fazendo uma gestão com alguns acertos e entregas importantes, como Compaz, Upinhas, Via Mangue e Hospital da Mulher, o cenário para o prefeito era pra ser voando em céu de brigadeiro. Porém, as pesquisas internas tanto do PSB quanto de partidos da oposição apontam uma situação dificilima para o gestor.
Geraldo não conseguiu criar uma identidade com o eleitor, o que traz sérios desdobramentos para a disputa. Além disso o cenário político do impeachment de Dilma Rousseff influenciou diretamente na disputa pela prefeitura do Recife, pois o DEM de Priscila Krause e o PSDB de Daniel Coelho assumiram ministérios importantes e praticamente consolidaram as candidaturas deles a prefeitura após a ruptura do PSB com esses partidos.
Como se não bastasse, uma série de partidos menores estão dispostos a não ficar alinhados com o PSB nas disputas municipais, e em Recife não seria diferente. Já há um movimento silencioso de migrar para projetos distintos do prefeito do Recife. Isso fortalece a tese de segundo turno, que hoje é praticamente fato consumado de acordo com as sondagens internas dos partidos. E naturalmente todos aqueles candidatos que ficarem de fora da segunda etapa apoiarão o adversário de Geraldo.
O prefeito não conseguiu fazer as suas boas ações serem identificadas pelo eleitor. Não conseguiu também se mostrar um sucessor a altura de Eduardo Campos como por muitas vezes tentou. Um indicativo claro de que Geraldo não conseguiu foi a tentativa sem sucesso de tirar Daniel Coelho e Priscila Krause da disputa. Se conseguisse, estaria com a reeleição sacramentada, como não conseguiu acabou demonstrando uma certa fraqueza na liderança política que ele buscava construir.
Pelos próximos dias novas baixas poderão ocorrer, o que coloca em risco a hegemonia do PSB em Pernambuco, construída com maestria pelo ex-governador Eduardo Campos. Não há nada perdido para o prefeito, pois em eleição pode acontecer tudo inclusive nada. Mas uma coisa está cristalina: a estratégia precisa ser revista urgentemente.
Fazenda – O governador Paulo Câmara indicou Marcio Stefanni para a secretaria de Planejamento e Gestão substituindo Danilo Cabral que voltou para a Câmara dos Deputados. Stefanni estava na Fazenda e agora seu substituto será o economista Marcelo Barros, que estava na Perpart e foi secretário de Finanças da prefeitura do Recife na gestão de João da Costa. Sem dúvidas foi uma excelente escolha do governador a nomeação de Marcelo.
Vice – O prefeito Geraldo Julio parece que foi convencido de não trocar o vice-prefeito Luciano Siqueira da chapa. Não que Luciano seja insubstituível ou que o PCdoB seja grande coisa, mas se deu conta que a mudança poderia gerar uma disputa interna que pudesse causar maiores problemas para o socialista dentro da Frente Popular.
Gol contra – O ministro da Educação Mendonça Filho cometeu um erro estratégico ao convidar o ator Alexandre Frota para uma reunião em seu gabinete. Frota é uma figura bastante polêmica que tem vários questionamentos da sociedade quanto aos seus posicionamentos pessoais. Mendonça poderia ter evitado a reunião que em nada acrescentou a sua pasta.
Avaliador – O Tribunal de Justiça de Pernambuco possui apenas um profissional para fazer a avaliação dos imóveis envolvidos em questões judiciais em todo o estado. Num inventário que tramita há mais de vinte anos na Quarta Vara de Sucessões da Capital, existem três imóveis a serem avaliados desde dezembro do ano passado e ainda não foi realizado por falta de pessoal.
RÁPIDAS
Complicados – Depois de Romero Jucá, o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado implicou o presidente do Senado Renan Calheiros e o ex-presidente da República José Sarney com áudios gravados em conversas de Sérgio com eles que deixam Sarney e Renan em situação complicada, bem como outros nomes citados nos diálogos.
Bom começo – O presidente Michel Temer conseguiu aprovar no Congresso Nacional a revisão da meta fiscal com certa tranquilidade. Isso faz com que haja um ânimo do Planalto em agilizar o impeachment de Dilma Rousseff e garantir as ações necessárias para tirar o Brasil do atoleiro que o PT colocou.
Inocente quer saber – Depois de Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá, Sergio Machado vai complicar mais alguém?