O verdadeiro golpe
Quando o processo de impeachment de Dilma Rousseff começou a tomar corpo ainda em 2015 os adeptos do petismo afirmavam que a saída de Dilma do cargo não passava de um golpe, qué era uma afronta à democracia, e outras coisas do gênero. Ainda em 2014 Dilma e sua equipe maquiaram a situação do país para garantir mais quatro anos ao PT. Apesar de terem alcançado o objetivo de ganhar a eleição, Dilma e o PT tiveram que arcar com o ônus do estelionato eleitoral que praticaram no país, o que acabou culminando no impeachment.
Para o ano de 2016 a equipe econômica de Dilma Rousseff comandada por Nelson Barbosa apresentou uma meta fiscal de R$ 24 bilhões de superávit primário, que nada mais é do que a reserva do governo para o pagamento de juros. Assim como o programa eleitoral de Dilma de 2014, a meta fiscal de 2016 não passava de uma mera peça de ficção, que ela própria já dava sinais de que seria obrigada a reconhecer um déficit público de R$ 97 bilhões.
Passado o processo de impeachment, e uma semana do governo Michel Temer, a situação do país foi desvendada pela equipe econômica liderada por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda. Em vez dos R$ 97 bilhões, na verdade a meta fiscal do país precisará ser revista para R$ 170,5 bilhões. Praticamente o dobro do que preconizava o governo Dilma Rousseff, evidenciando que o buraco era muito mais profundo do que se imaginava.
Dilma deixou um país muito pior do que recebeu, dando mostras que foi de longe o pior governo da história do país, pois desde a redemocratização que o Brasil não repassava ao próximo presidente uma situação pior do que havia recebido. Isso ocorreu de Sarney até Lula, que entregou um país melhor do que o recebido por FHC. Uma herança maldita que precisará de muito esforço não só do governo Temer como de todos os brasileiros para recuperar o país a níveis aceitáveis.
Esse sim foi o verdadeiro golpe. Mais do que um desrespeito com os 54 milhões de brasileiros que confiaram em Dilma nas eleições de 2014, se trata na verdade de um verdadeiro crime de lesa-pátria. Dilma e seus aliados precisam responder judicialmente pelos atos praticados, porque depois da verdade vir à tona, ficou evidente que o impeachment foi pouco para esse pessoal que afundou o Brasil na lama.
Calendário – O governador Paulo Câmara anunciou o calendário de pagamentos dos servidores do estado de janeiro até abril, que foi pago no início de maio. Posteriormente sua equipe disse que não haverá mais essa antecipação quadrimestral e que mês a mês os servidores saberiam da data do pagamento. Ocorre que falta pouco para que maio seja encerrado e até o presente momento o governador ainda não oficializou a data, tal postura tem espalhado medo entre os servidores que temem não receber seus proventos no dia certo como era antes ou até mesmo haver parcelamento.
José Neto – Com a ida de Danilo Cabral para a Câmara dos Deputados a fim de fortalecer a interlocução do governador Paulo Câmara junto à bancada do PSB na Casa, abriu a especulação sobre quem seria o substituto de Danilo na secretaria de Planejamento e Gestão. Foram cogitados Milton Coelho, Thiago Norões e Marcio Stefanni, porém o escolhido deverá ser José Neto, braço-direito do governador que ocupa a chefia da assessoria especial.
PP – Após a saída do PSDB da secretaria de Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação Profissional do governador Paulo Câmara ocupada por Evandro Avelar, a pasta poderá ter novo dono. Trata-se do PP do deputado federal Eduardo da Fonte que tem a segunda maior bancada na Alepe com cinco deputados. O acerto garantiria também a oficialização do apoio do partido à reeleição do prefeito Geraldo Julio no Recife.
Substituição – Com a mudança do cenário político nacional, a candidatura de Silvio Costa Filho a prefeito do Recife perdeu consistência, pois haveria uma expectativa do líder da oposição na Alepe juntar os partidos da base de Dilma no Recife. A tese de uma candidatura do seu pai Silvio Costa a prefeito ganhou força nos últimos dias, pois ele seria uma pedra no sapato de Geraldo Julio como foi de Cadoca em 2004.
RÁPIDAS
Armando Monteiro – Recém saído do ministério do desenvolvimento, indústria e comércio, o senador Armando Monteiro se debruça agora nas questões locais. Uma das suas metas é derrotar o prefeito Geraldo Julio e por isso ele estaria cogitando levar o seu PTB para apoiar a candidatura de Daniel Coelho (PSDB).
Caixa-preta – Não é de hoje que existem indícios de que existem fortes irregularidades na condução do BNDES durante os governos do PT. O presidente Michel Temer prestará um grande serviço ao país abrindo a caixa-preta do banco, que financiou bilhões em investimentos de empresas e países próximos ao PT.
Inocente quer saber – Com um déficit de R$ 171 bilhões, dá pra continuar criticando a junção do MinC ao MEC?