O prefeito Geraldo Júlio chegou ao último ano de sua gestão sem cumprir suas promessas na área de habitação. Em seu programa de Governo, na página 11 do capítulo dedicado à Organização da Cidade, o atual prefeito prometeu intensificar o ritmo de construção de novos habitacionais, com investimentos públicos municipais e por meio de parcerias.
Os residenciais H8 e H12, na Zona Norte do Recife, ao contrário do prometido, são exemplos da falta de prioridade dada pela Prefeitura do Recife ao tema. Parte do projeto de urbanização da Bacia do Beberibe, que integra a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), os habitacionais tiveram as ordens de serviços assinadas ainda em 2012, na gestão anterior à do PSB. Na época, o partido comandava a pasta de habitação do município.
Na manhã desta terça-feira (10), o deputado Silvio Costa Filho (PRB) visitou os canteiros de obras dos dois habitacionais, encontrando os trabalhos parados e a mão de obra desmobilizada. Segundo relatório da Caixa Econômica Federal, recebido pelo parlamentar há 15 dias, e com informações do Portal da Transparência do Governo Federal, as duas obras estão paralisadas desde 2013, aguardando que a Prefeitura do Recife envie a documentação de reprogramação.
A exemplo dos habitacionais Vila Brasil, na Joana Bezerra, e Sérgio Loreto, no bairro de São José, os residenciais H8 e H12, no Arruda e em Campo Grande, fazem parte de um plano de urbanização de comunidades ribeirinhas. “O atraso na entrega desses empreendimentos significa atraso também dos projetos de revitalização urbana que eles integram. Já visitamos, este ano, quatro habitacionais recebidos pela gestão do PSB já com contrato assinado com o Governo Federal e o que constatamos é que o problema de interrupção das obras é generalizado e não pontual, como quer fazer acreditar o prefeito Geraldo Júlio”, reforçou o deputado.
Desde 2013 foi proposta uma reprogramação das obras, priorizando a construção dos habitacionais, mas só no último dia 19 de abril foi instituída uma comissão municipal para análise e definições sobre os habitacionais da Bacia do Beberibe.
Silvio ressalta que além de impedir o avanço das obras de revitalização da Bacia do Beberibe, o atraso nas obras dos habitacionais frustra a expectativa das 97 famílias que serão contempladas com as unidades dos empreendimentos. “Esse cenário de obras paradas está distribuído pelos quatro cantos da cidade do Recife, abrangendo as principais áreas estratégicas do município. O Recife de Verdade, das obras paradas e da frustração de expectativas é bem diferente da imagem que o prefeito Geraldo Júlio tenta vender nas propagandas”, comparou.