Decisão de Waldir Maranhão foi último suspiro do governo
Por volta das 11 horas da manhã de ontem as redes sociais explodiram com a notícia de que o presidente interino da Câmara dos Deputados Waldir Maranhão (PP/MA) havia anulado a sessão que aprovou o impeachment de Dilma Rousseff no plenário com 367 votos a favor no dia 17 de abril. Uma das maiores lambanças já vistas na política brasileira, pois o processo já está em tramitação no Senado, tendo sido aprovado na comissão do impeachment na Câmara Alta, e em vias de ser votado até a quinta-feira com expressivas chances de aprovação no plenário.
Waldir Maranhão, assim como o seu antecessor Eduardo Cunha, está envolvido na operação Lava-Jato, sendo réu em três processos, dentre eles por lavagem de dinheiro, mesmo assim o PT e o Planalto se arvoraram nele como a saída para tentar reverter um jogo que está pra lá de perdido. Não durou muito tempo e a chicana patrocinada pelo deputado, que vale ressaltar, é do baixíssimo clero, foi sendo desmoralizada, e o Planalto igualmente ridicularizado.
O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB/AL) decidiu manter a tramitação do processo na Casa, agindo de acordo com o posicionamento de respeitáveis juristas brasileiros de que a decisão de Waldir Maranhão era imoral, ilegal e estapafúrdia. Só a título de informação, este senhor foi um dos deputados que se reuniram com o ex-presidente Lula num hotel de luxo em Brasília, após a conversa mudou de ideia e decidiu votar contra o impeachment.
Um deputado que não tem qualquer qualificação para exercer o cargo de presidente da Câmara, que nunca figurou a lista dos parlamentares mais importantes do Congresso Nacional. Ele decidiu entrar para a história como um moleque do Palácio do Planalto, infringindo a Lei e desrespeitando a vontade soberana do plenário da Câmara. Cassação é o mínimo que se espera pra ele, e que a Câmara possa urgentemente escolher um novo presidente.
A tentativa foi em vão, o tiro saiu pela culatra, e os aparelhos que ainda mantinham o governo Dilma Roussefr respirando acabaram de ser desligados. A ação desesperada do governo que apresentou um documento para Waldir Maranhão apenas assinar, foi o último suspiro de um governo que não tem mais a menor condição de continuar existindo. Fim pra lá de melancólico.
Bom senso – O vice-presidente Michel Temer chegou à conclusão de que não havia espaço para que o seu governo praticasse o mesmo toma lá dá cá patrocinado por Dilma Rousseff. Temer deu um freio de arrumação e decidiu que só terá em seu governo 23 ministérios. Com isso, Temer já começará com significativo respaldo perante a sociedade. Enfim prevaleceu o bom senso.
CBTU – “Dono” dos cargos da CBTU em Pernambuco, o deputado Sílvio Costa (PTdoB) perderá prestigio no governo Michel Temer. A partir da entrada de Temer os apadrinhados de Silvio serão sumariamente exonerados. Resta saber qual será o político pernambucano alinhado com Michel Temer que fará essas indicações.
João Paulo – De malas prontas para deixar o comando da Sudene, o ex-deputado João Paulo segue fustigado por aliados a disputar a prefeitura do Recife pelo PT. O grande problema é a rejeição do PT e a falta de recursos sem o governo federal para viabilizar uma majoritária. Por isso, João segue analisando a hipótese de ser candidato a vereador para tentar ser puxador de votos do partido.
Sudene – Por falar em Sudene, muita gente tem apostado fortemente na hipótese do ex-governador Joaquim Francisco (PSDB) assumir o comando da autarquia durante o governo Temer. Caso se confirme, Joaquim terá uma máquina política expressiva para se movimentar visando a volta para a Câmara dos Deputados, que há uma década está distante desde que perdeu a reeleição em 2006.
RÁPIDAS
Mérito – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, disse ontem que o tribunal pode a vir julgar o mérito do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, e que por enquanto o rito do impeachment está transcorrendo em absoluta sintonia com o que decidiu o STF.
Conclusão – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que pretende concluir na noite de amanhã a votação sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo Renan, seu plano é começar a sessão às 9h de quarta e seguir o seguinte cronograma: suspensão às 12h, retorno às 13h, interrupção novamente, desta vez às 18h, e então a votação às 19h, de maneira eletrônica.
Inocente quer saber – Os ministeriáveis pernambucanos perderam força nos últimos dias?