PT prova do próprio veneno
Desde que foi fundado que o PT sempre se declarou mais honesto do que os demais partidos e que Lula era a solução que o país necessitava. Foi contra Tancredo Neves, a favor do impeachment de Collor mas contra o governo Itamar Franco, contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra a reeleição, contra o PROER, contra os programas sociais do governo FHC, etc.
Todos os partidos eram corruptos e apenas o PT tinha o direito de ser o legítimo representante do povo na ótica de Lula e se seus seguidores. Mas bastou ganhar o poder em 2002 e assumir em 2003 que não durou muito tempo para estourar o primeiro escândalo do seu governo. Começou com o flagra de um funcionário dos Correios pedindo propina, que chegou em Roberto Jefferson e que posteriormente expôs as vísceras do até então maior escândalo de corrupção da história do Brasil.
Lula escapou de sofrer imprachment por causa de um erro de cálculo da oposição, que apostou naquela época que o então presidente sangraria. Lula afirmou que nada sabia e era vítima dos seus próprios companheiros. Aquela conversa fiada de vitimização permitiu a Lula mais quatro anos na presidência da República, mas ocorreu num momento muito bom da economia brasileira. O governo Lula passou praticamente incólume das crises econômicas, inclusive a de 2008 que Lula disse que seria uma marolinha e que não atingiria o Brasil.
A retórica de Lula permitiu que o Brasil continuasse com o PT, dessa vez com Dilma Rousseff, a candidata que restou após os nomes mais fortes do PT como José Dirceu e Antônio Palocci, então presidenciáveis da vontade de Lula, se envolverem em escândalos de corrupção. Dilma era a última alternativa de Lula, pois quase toda a cúpula do Planalto estava mais suja que pau de galinheiro.
Uma vez candidata, a mãe do PAC foi vendida como uma gestora capaz de comandar os rumos do país. O povo mais uma vez caiu na lorota de Lula, e escolheu uma presidente que sequer tinha sido vereadora. Dilma no início de 2011 já deu mostras que seu governo seria um desastre, quando vários de seus ministros foram se envolvendo em escândalos de corrupção. Era mais do mesmo, mas Dilma passou praticamente ilesa em 2011 e 2012, quando o povo brasileiro achava que o país estava às mil maravilhas.
Bastaram manifestações na Copa das Confederações em 2013 para a popularidade de Dilma despencar. Naquele momento o governo ficou completamente exposto, com sérias dificuldades de recuperação. Na prática Dilma nunca mais se recuperou, e conseguiu se manter exclusivamente por força da máquina do governo federal e dos tentáculos que o PT conseguiu construir ao longo dos anos na sociedade. A sua reeleição foi uma das coisas mais bizarras que ocorreram no país, pois já havia um sinal claro de esgotamento do PT, mas graças a uma das campanhas mais agressivas da história, Dilma conseguiu, por uma margem pequena vencer a disputa.
Em vez de declarar a paz, apontando um caminho para os 51 milhões que votaram em Aécio Neves e aos demais que optaram por não comparecer a votação ou anularam o voto ou votaram em branco, que juntos foram maioria, o Planalto sempre quis pregar para convertido. Ou seja, para quem era beneficiário do PT. O desastre era anunciado. A crise tomou forma, com a inflação galopante, o desemprego em viés de alta, desvalorização do Real, e uma quebradeira geral de empresas, fizeram com que seu sexto ano de mandato começasse da pior maneira possível. Hoje Dilma é uma presidente que não governa, que não tem a menor estatura para exercer o cargo que ocupa. A petista ficou isolada no Planalto e nos atos do governo, que precisam de forte esquema de segurança e plateia comprada com dinheiro público para ovacionar a presidente.
Não havia outro caminho, senão o impeachment, que além de previsto na Constituição, e ser um instrumento político para tirar governos corruptos e incompetentes, foi o mesmo mecanismo que tirou Collor em 1992, cujo apoio do PT foi irrestrito. Dilma está em vias de ser impichada por vários motivos, dentre eles a corrupção, o estelionato eleitoral, o desarranjo econômico e sobretudo pela sua falta de capacidade de ser presidente, fato que já era visto desde a sua primeira eleição, quando se elegeu única e exclusivamente graças ao prestígio de Lula.
O PT prova do próprio veneno. Se domingo o impeachment for aprovado pela Câmara dos Deputados, este governo estará pagando não só pelos crimes que cometeu, mas também por todos os pecados do PT, que posava de salvador da pátria e fez pior do que qualquer outro partido, institucionalizando a corrupção, fazendo dela um meio de vida e de manutenção do poder.
Desembarque – O Partido Progressista, que tem 49 deputados federais, dentre eles Eduardo da Fonte e Fernando Monteiro, está realizando o desembarque do governo Dilma Rousseff. Apesar do senador Ciro Nogueira ter orientado o partido a votar contra o impeachment, vários diretórios estaduais estão preferindo apoiar o impeachment, dentre eles o Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná.
Indecisos – Da bancada pernambucana ainda seguem indecisos quanto ao impeachment os senadores Fernando Bezerra Coelho e Douglas Cintra e os deputados Adalberto Cavalcanti, Cadoca, Fernando Monteiro, Jorge Côrte Real, Kaio Maniçoba e Zeca Cavalcanti. Os políticos em todo o Brasil estão sendo questionados pela população para dar um posicionamento em relação ao impedimento de Dilma.
Recursos – De acordo com a deputada Mariana Carvalho (PSDB/RR) os recursos que seriam destinados às vacinas contra o Zikavírus e a Gripe H1N1 estão sendo desviados para subornar parlamentares contra o impeachment. Os valores estão variando entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão para cada deputado que se ausentar ou votar contra o impeachment, respectivamente.
Movimento – O Movimento Vem Pra Rua Recife, liderado por Gustavo Gesteira, colocará um telão no segundo jardim da Av. Boa Viagem no próximo domingo para acompanhar a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O ato começará a partir das 14 horas e deve contar com um grande público.
RÁPIDAS
Daniel Coelho – Pré-candidato a prefeito do Recife pelo PSDB, o deputado federal Daniel Coelho acredita que seu partido poderá atingir 15 mil votos de legenda em outubro e eleger uma expressiva bancada na Casa José Mariano. Em 2012 o PSDB obteve apenas oito mil votos de legenda, o que impossibilitou a chapa encabeçada pelo partido eleger quatro vereadores.
Posicionamento – Com três deputados federais e um senador indecisos, o PTB do ministro Armando Monteiro precisará descer do muro no próximo domingo. O deputado Adalberto Cavalcanti chegou a cogitar não estar presente na votação do impeachment. A bancada petebista está entre a cruz e a espada. Se vota pelo impeachment, fica com a população, se vota contra, fica com Armando, que deve o ministério a Dilma.
Inocente quer saber – Com quantos votos o impeachment será aprovado na Câmara dos Deputados?