Planalto não tem votos para barrar o impeachment
Com o rompimento do PMDB oficializado ontem, ficou mais do que evidente que o Palácio do Planalto fica mais perdido do que cego em tiroteio. Isso porque a movimentação tem efeito dominó nas demais siglas que dão sustentação ao governo Dilma Rousseff, como PSD, PP, PR e PTB, que hoje integram a base aliada, mas já existem movimentos dentro dessas siglas em prol do rompimento, onde já existem cerca de 70% dos parlamentares dessas siglas favoráveis ao impeachment.
Hoje o Palácio do Planalto tem oficialmente 119 votos contra o impeachment, onde são necessários 172 para enterrar o impedimento de Dilma. Com a saída do PMDB da base aliada, o efeito em prol do impeachment será devastador, uma vez que já são 259 deputados a favor da saída de Dilma, mas esse número tende a aumentar com o decorrer dos dias. Já na próxima segunda-feira finda o prazo estipulado para que Dilma se defenda das acusações que lhe são imputadas.
A expectativa é que o impeachment vá ao plenário da Câmara no dia 17 de abril. Como o governo não tem mais o que apresentar aos deputados senão a troca de cargos para neutralizar o impedimento, fica evidente que Dilma corre contra o tempo. O Planalto está extremamente fragilizado com todo esse processo, contando exclusivamente com os votos do PT, PSOL e PCdoB, que juntos possuem 92 deputados, dentre os demais partidos, como o PDT e algumas siglas menores, não há unanimidade em torno de Dilma, mas o Planalto pode cabalar mais uns 40 votos, quando precisaria de 80. Situação complexa porque tudo o que Dilma oferecer pode ser ofertado por Michel Temer, que com a efetivação do impeachment iniciará um governo novo sem o desgaste que Dilma possui. Naturalmente o ambiente será outro para que deputados e senadores possam lidar com suas bases de uma forma mais consistente.
Ja existe uma tendência majoritária de que na Câmara o impeachment passa com cerca de 400 votos, enquanto no Senado a expectativa é que ele seja aprovado por cerca de 60 senadores. O relógio a partir de agora corre contra Dilma, que já é uma ex-presidente em atividade.
Indefinido – Os secretários Felipe Carreras (Turismo) e Danilo Cabral (Planejamento), ambos deputados federais e filiados ao PSB, ainda não têm definição quanto a ida para a Câmara dos Deputados para votar o impeachment de Dilma Rousseff. Apesar de favoráveis a saída de Dilma, Danilo e Felipe dependem do sinal verde do governador Paulo Câmara para voltarem pra Brasília, sinal este que ainda não aconteceu.
Fernando Monteiro – O deputado federal Fernando Monteiro (PP) foi eleito relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Fifa e CBF, instalada na tarde desta ontem, na Câmara dos Deputados, para apurar e investigar as denúncias de crimes cometidos por dirigentes da Fifa. Entre os investigados está o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Tese – Há uma tese sendo difundida no PSB de que o partido deverá apoiar no Congresso Nacional o governo Michel Temer mas sem assumir cargos. Isso ainda será discutido internamente, mas tende a ganhar força lastreado no discurso que foi apresentado nas candidaturas de Eduardo Campos e Marina Silva em 2014; pregando a nova política.
Fernando Bezerra Coelho – Apesar de ter sido ministro da Integração Nacional no primeiro governo Dilma Rousseff, o senador Fernando Bezerra Coelho deverá abraçar a tese do impeachment no Senado. Fernando teria confidenciado a interlocutores de que a situação da presidente é insustentável e ficar a favor de Dilma é ficar contra a maioria esmagadora da sociedade.
RÁPIDAS
Apoio – Se depender do senador Fernando Bezerra Coelho, o PSB marchará com a candidatura apresentada pelo prefeito Elias Gomes (PSDB) para a sua sucessão. Ainda em 2008 Fernando, então secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, foi um dos primeiros a apostar no projeto de Elias em Jaboatão. Hoje a relação deles é a melhor possivel.
Temor – Chegando no penúltimo dia do mês os servidores da prefeitura do Recife estão temerosos com o fato do prefeito Geraldo Julio ainda não ter liberado o pagamento da folha salarial. Geralmente esse valor era depositado em conta no último sábado do mês. Em fevereiro o pagamento só saiu no dia 29. Tem gente achando que Geraldo só pagará no quinto dia útil de abril, o que prejudicará muitos servidores com contas já programadas para o fim do mês.
Inocente quer saber – Qual será o partido que Aline Mariano vai disputar a reeleição de vereadora em outubro?