Geraldo Julio ainda acredita que pode tirar Daniel Coelho da disputa
Uma das candidaturas que mais incomodam o prefeito Geraldo Julio é a do deputado federal Daniel Coelho pelo PSDB. Se em 2012 Daniel saiu do quarto para o segundo lugar na disputa polarizando com Geraldo Julio e quase indo ao segundo turno porque o PSB avaliou mal o seu potencial, para 2016 a avaliação é diferente. Com o fim do prazo de troca de partidos por parte dos parlamentares, o PSB acredita piamente que pode tirar Daniel do páreo em nome de alianças em Jaboatão e Ipojuca, bem como alianças mais importantes com o PSDB em Belo Horizonte e São Paulo, por exemplo.
A tentativa, que pode parecer um devaneio, é alimentada por aliados de Geraldo, inclusive por gente do próprio PSB, que acredita na aliança entre os dois partidos em torno do atual gestor. Se Geraldo consegue tirar Daniel do páreo, que tem entre 12% e 20%, suas chances de vitória no primeiro turno crescem significativamente, porque com uma campanha reduzida, os pré-candidatos Silvio Costa Filho (PRB) e Priscila Krause (DEM), desconhecidos do eleitorado, teriam dificuldades de crescimento a ponto de forçar a eleição em duas etapas.
Na prática isso será considerado um golpe, uma vez que Daniel Coelho não pode mais trocar de partido sob o risco de perder o mandato. Mas tem aliado de Geraldo Julio que jura e dá fé que Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, prometeu o apoio do partido ao socialista sacrificando Daniel. Só o tempo vai dizer se a tese de Geraldo surtirá efeito junto do tucanato, se lograr êxito, Geraldo pavimentaria sua reeleição, caso não consiga a manobra, terá que se contentar em enfrentar o bocão de Daniel na disputa eleitoral.
No caso da candidatura de Daniel ser confirmada pela cúpula tucana, o prefeito começará a disputa enfraquecido, porque na prática ficará evidente que Geraldo Julio não teria a estatura política suficiente para tirar pedras do seu caminho, tal como fazia o seu guru e padrinho Eduardo Campos. Uma coisa é fato: Geraldo Julio se sente extremamente ameaçado pelo deputado Daniel Coelho.
Golpista – Nem bem assumiu o ministério da Justiça e Eugenio Aragão já chegou cometendo trapalhadas. Ao afirmar que se sentir qualquer cheiro de vazamento, sem necessariamente ter provas, trocaria todo o comando da Polícia Federal, o ministro agiu para intimidar a força-tarefa da Operação Lava-Jato. As reações foram imediatas e os delegados da PF ficaram uma arara com o ministro. Não tem outro nome a isso que não seja golpe.
Partidos – Há quem cogite que o PP do deputado Eduardo da Fonte e o PTB do ministro Armando Monteiro possam marchar com a candidatura de Priscila Krause a prefeita. Caso isso se confirme, o prefeito Geraldo Julio e o deputado Sílvio Costa Filho não gostarão nem um pouco da atitude dos seus atuais aliados.
Petismo – Após os sucessivos escândalos que fulminaram o pouco que restava da imagem do PT, o superintendente da Sudene João Paulo, que estava colocado como pré-candidato a prefeito do Recife, já estaria batendo em retirada com medo de sair desmoralizado das urnas. Com isso a candidatura do PT a prefeito tende a cair no colo da vereadora Marília Arraes, que não tem mais nada a perder na política.
Timbaúba – Com a possibilidade cada vez mais remota de reeleição do prefeito Junior Rorigues (PSB), o deputado Marinaldo Rosendo teria procurado o grupo do ex-deputado Maviael Cavalcanti, para que este indicasse o candidato a vice-prefeito, que seria Antonio Paulo Teixeira, ex-chefe de gabinete de Maviael, na chapa encabeçada pelo médico Jacinto Ferreira Lima, que seria bastante competitiva para fazer frente ao vereador Ulisses Felinto, que aparece à frente nas pesquisas.
RÁPIDAS
Ministro – Em reunião ontem a noite no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula cogitou a hipótese de desistir do ministério, porém Dilma refutou a hipótese. Para Dilma a prioridade número um do governo é conseguir dar posse a Lula no ministério da Casa Civil.
Impeachment – A oposição decidiu retirar o aditamento que incluía a delação do senador Delcídio do Amaral no pedido de impeachment formulado por Janaina Paschoal, Miguel Reale Jr. e Helio Bicudo, que aborda as pedaladas fiscais como crime de responsabilidade. Caso o assunto Delcidio entrasse na pauta do pedido, poderia haver uma judicialização do processo e consequentemente postergar a sua apreciação.
Inocente quer saber – O senador José Serra se equivocou ao já falar na composição do governo Temer?