A saída Temer
O Brasil enfrenta uma das suas piores crises de toda a história. O cenário atual faz o período que antecedeu o impeachment de Fernando Collor ser fichinha perto do que precede o cada vez mais plausível impedimento de Dilma Rousseff. Naquele momento tínhamos um presidente isolado, mais fruto da sua arrogância e empáfia do que propriamente da sua falta de traquejo político e estatura política para o cargo.
No cenário atual, além da arrogância e empáfia que era peculiar do ex-presidente Collor, que se repete na atual presidente, Dilma Rousseff tem aversão a política, sendo incapaz de se preparar para discursar, e muito menos de dialogar com os atores que representam a nossa política brasileira. Com a sociedade nem se fala. Dilma é pouco afeita a se relacionar com o povo, bem diferente do seu antecessor, que era um excelente palanqueiro.
Além da crise política, ética e moral que aflige o governo e todo o país, o pior é a situação da economia que coloca em xeque as conquistas obtidas pelo Plano Real implementado por Fernando Henrique Cardoso, como o controle inflacionário, a paridade cambial, a Lei de Responsabilidade Fiscal e outros legados importantes deixados pelo presidente tucano. A deterioração da nossa república é fruto da total incapacidade daquela que foi eleita e reeleita pelo povo brasileiro.
Todos esses ingredientes apontam para a total perda de condições políticas de Dilma Rousseff continuar no cargo, que amanhã poderá levar seu tiro de misericórdia com as ruas lotadas exigindo o seu impeachment. De acordo com o líder do PMDB na Câmara Leonardo Picciani, o governo Dilma não dura mais do que noventa dias. Se isso se confirmar, o caminho levará para Michel Temer, atual vice-presidente e herdeiro natural do cargo, tal como foi Itamar Franco após a saída de Collor, para o cargo de presidente da República.
Há quem diga que Temer está no mesmo barco de Dilma Rousseff, tendo sido beneficiário indireto dos esquemas do PT. Porém não tem como fazer uma caça às bruxas e cassar a chapa inteira, como quer o PSDB junto ao TSE. Isso porque neste contexto Dilma e Temer sairiam para dar lugar ao presidente da Câmara, que atualmente é Eduardo Cunha, que por sua vez teria que convocar novas eleições em no máximo 90 dias. Essa alternativa é completamente irresponsável, porque o Brasil viraria um verdadeiro campo de guerra durante a eleição. Isso é observado desde as eleições presidenciais de 2014 quando o eleitorado brasileiro ficou rachado ao meio.
A saída Temer seria a menos traumática para o país. Com o aprendizado do caos de Dilma, Temer sabe que a margem de erro é nula, e naturalmente ele quer colocar seu nome na história de forma positiva. O governo Temer seria um governo de unidade nacional, com diretrizes claras focadas no realinhamento da economia. Um governo de notáveis com os melhores de cada partido para virar a página dessa crise chamada Dilma Rousseff.
Destino – Apesar de flertar com PSL e PMDB, o deputado federal Kaio Maniçoba decidiu que seu destino será o PSD do secretário das Cidades André de Paula, que passa a ter dois vereadores do Recife, quatro deputados estaduais e dois deputados federais, sendo um licenciado. O PSD dobrou sua representação tanto na Alepe quanto na Câmara Federal e na Câmara Municipal.
Saída – Com a chegada do deputado federal Adalberto Cavalcanti, que foi nomeado presidente estadual do PTdoB, todos os membros do partido em Camaragibe, liderados por Aníbal Emerenciano, decidiram sair da sigla. Eles devem definir o destino partidário até o início de abril, quando termina o prazo de filiações.
DEM – Visando uma aproximação com o Palácio do Campo das Princesas o deputado Pedro Serafim Neto decidiu trocar o PDT pelo DEM, que passará a ter dois deputados estaduais. Além disso, com esse movimento, Serafim acredita que o governador Paulo Câmara possa ficar neutro na eleição de Ipojuca, onde o prefeito Carlos Santana (PSDB) tentará a reeleição.
Estranheza – Causou estranheza a retirada da CPI das obras inacabadas em Olinda proposta pelo vereador Arlindo Siqueira (PSL). Há quem aposte que a manobra tenha sido fruto de um diálogo entre o vereador e o prefeito, outros acreditam que a postura tem um componente ainda maior: uma aliança de Antonio Campos com Luciana Santos para o socialista ser vice da comunista.
RÁPIDAS
Moreno – Com a rejeição nas alturas e sem a presença de Eduardo Campos, o prefeito Dilsinho dificilmente conquistará a reeleição. O ex-prefeito Vavá Rufino (PTB) está com expressiva vantagem sobre os demais adversários, sendo amplo favorito para ganhar a disputa em outubro.
Negativo – O vice-prefeito Heraldo Selva negou que estivesse conversado com o governador Paulo Câmara sobre uma eventual volta para a Compesa. De acordo com o socialista a conversa girou em torno do cenário político de Jaboatão, considerando os diversos cenários, inclusive uma eventual candidatura própria do PSB. Ainda de acordo com Heraldo a decisão será tomada “no momento certo”.
Inocente quer saber – O que o deputado Lula Cabral tem oferecido aos aliados de Vado da Farmácia para alguns deles terem até abdicado de secretaria para apoiá-lo?