Chapão do PSB poderá ser suicídio eleitoral
Ultimamente algumas movimentações partidárias aconteceram na Câmara Municipal do Recife. No âmbito da Frente Popular tivemos o ingresso do vereador Eri no PSD, que integrou o chapão do PSB nas eleições de 2012 e certamente integrará novamente. Nas eleições passadas Eri obteve, pelo PTC, apenas 4.902 votos, o que leva a crer que suas chances de alcançar a reeleição no PSD integrando o chapão da Frente Popular são praticamente nulas, pois teria que quase dobrar sua votação, o que não é nada fácil de conseguir.
Outro que trocou de sigla foi o suplente de vereador em exercício Romildo Gomes Neto, que em 2012 obteve 7.077 votos pelo PSD. Romildo fez uma troca tão arriscada quanto a de Eri, porque se no PSD a sua reeleição era dificilima, no PSB esse cenário é ainda mais complexo. Uma vez que o PSD deverá integrar o chapão do PSB, mas tem a alternativa de lançar uma chapinha, onde Romildo seria o mais bem posicionado, enquanto o PSB tem uma infinidade de candidatos com maior potencial de votos que Romildo.
De todo modo, naquela eleição de 2012 o chapão do PSB, cujo majoritário venceu a disputa no primeiro turno, alcançou 253.276 votos. Nesta eleição, além de haver grandes chances de um segundo turno, será muito difícil que a coligação repita a votação da eleição passada a ponto de emplacar treze vereadores. Especialistas eleitorais apostam que o chapão do PSB elegerá entre dez e doze vereadores, que se fosse com os mesmos candidatos de 2012, Vicente André Gomes e Rogério de Lucca estariam com suas respectivas reeleições seriamente comprometidas.
Nas contas de quem entende de eleição proporcional um candidato a vereador que integrar o chapão do PSB, que deverá ser composto por PSB, PMDB, PPS, PTC, PSD, Rede Sustentabilidade, DEM e PCdoB, precisará de pelo menos nove mil votos para ficar garantido no chapão. Entre oito e nove mil votos dependerá das sobras, e quem estiver com menos de oito mil votos pode esquecer o mandato.
Cada vez mais candidatos que têm potencial de quatro a cinco mil votos estão procurando siglas menores, haja vista que se disputarem por siglas que integrarão o chapão do PSB suas chances são nulas de se eleger. Isso também terá papel fundamental na queda dos eleitos pelo chapão da Frente Popular e o fenômeno identificado na disputa para deputado estadual em 2014, quando candidatos do chapão do PSB com quarenta mil votos ficaram de fora dos eleitos, deverá se repetir em 2016, desta vez com candidatos com menos de oito mil votos para vereador.
Desistência – Um dos vereadores que estão cogitando não tentar a reeleição é Marcos Menezes, que nas eleições passadas ficou como primeiro suplente do DEM, e só assumiu por causa da vitória de Priscila Krause para deputada estadual. Marcos alcançou menos de seis mil votos em 2012 e sua reeleição tanto no DEM quanto no PMDB, partido que cogita se filiar, é complicadíssima.
Socialista – A vereadora licenciada e secretária de combate ao crack e outras drogas Aline Mariano está de malas prontas para se filiar ao PSB. Nas eleições passadas Aline foi reeleita com menos de sete mil votos pelo PSDB, que já sacramentou que em 2016 não lhe dará legenda buscar o terceiro mandato. No PSB a reeleição de Aline será difícil pois ela terá que ampliar os seus votos em quase três mil em relação a 2012.
Aliança – Pré-candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes, o deputado federal Anderson Ferreira (PR) iniciou conversas com o vice-prefeito Heraldo Selva para que o PSB possa integrar a sua coligação. Heraldo, insatisfeito com os rumos que o prefeito Elias Gomes traçou para a sua sucessão, está considerando a hipótese e poderá bater o martelo do apoio a Anderson com o aval do Palácio do Campo das Princesas.
Vice – Sem votos para se reeleger vereadora, Marília Arraes se filiou ao PT com o objetivo de ser candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada por João Paulo. A chapa puro-sangue que está se desenhando é reflexo do isolamento que o PT tem enfrentado na disputa pela prefeitura do Recife. Na condição de vice na chapa petista, Marília terá a missão de espinafrar o prefeito Geraldo Julio e o PSB.
RÁPIDAS
Apoios – Liderando as pesquisas sobre a sucessão no Cabo de Santo Agostinho, o deputado estadual Lula Cabral (PSB) tem conquistado apoios significativos. Políticos que eram aliados do prefeito Vado da Farmácia e do deputado federal Betinho Gomes estão aderindo ao projeto do PSB no Cabo com bastante frequência.
Dificuldade – O prefeito de Ipojuca Carlos Santana (PSDB) tem encontrado dificuldades para construir a sua reeleição. Se em 2012 sua vitória foi mérito exclusivo do então governador Eduardo Campos, em 2016 além de não ter mais o aliado, que fazia parte da sua família, Santana também terá que justificar a terra arrasada que ficou Ipojuca após a saída de inúmeras empresas de Suape.
Inocente quer saber – A decisão de escolher Conceição Nascimento para lhe suceder foi um equívoco de Elias Gomes?