Pedro Eurico e Alessandro Carvalho não podem “seguir prestigiados”
No futebol quando um time não consegue os resultados o primeiro a ter sua permanência questionada é o treinador. A diretoria de futebol e o presidente do clube nas entrevistas para a crônica esportiva dizem que “o professor está prestigiado”. Esse é o primeiro prenúncio de que muito em breve o treinador será demitido, basta que o time enfrente o próximo tropeço. Um presidente e uma diretoria que se prezam mantêm o treinador no cargo mas já começam a procurar substitutos para o profissional sob pena de dividirem ônus de eventuais derrotas com o treinador.
Na política não é diferente, em Pernambuco o Pacto Pela Vida tem sido diariamente colocado em xeque pelas notícias que permeiam as redes sociais, o aumento da criminalidade tem arriscado as conquistas obtidas ao longo dos sete anos e três meses do governo Eduardo Campos. O secretário de Defesa Social Alessandro Carvalho não é bem quisto pelas polícias civil e militar e pelos profissionais da segurança pública em geral.
No caso de Pedro Eurico, secretário de Justiça e Direitos Humanos, responsável pelos presídios pernambucanos, a situação é tão ruim quanto a de Alessandro. Já ocorreram duas rebeliões, uma na Barreto Campelo e outra no Complexo Prisional do Curado, caso haja qualquer incidente no Cotel o secretário Pedro Eurico vai poder pedir música no Fantástico. Pedro tem a característica de falar demais e agir de menos, e isso tem irritado não só aqueles que estão diretamente ligados ao sistema prisional de Pernambuco, mas como todo o meio político, que considera a sua atuação a frente da pasta como pífia.
Alessandro e Pedro são remanescentes do governo João Lyra Neto, que já deu mostras que vinha perdendo as rédeas da Segurança Pública ao longo de 2014, evidenciando que ambos estão envelhecidos nas pastas, e que se até agora não disseram a que vieram, não dirão daqui por diante. Cabe ao governador Paulo Câmara chamar o feito a ordem e não continuar prestigiando os secretários, como chegou a afirmar ontem. A Segurança Pública é uma área muito complexa, que precisa de atitudes rápidas, enérgicas e acertadas.
Caso mantenha Alessandro e Pedro, o governador Paulo Câmara passará a dividir com eles o ônus do aumento da criminalidade e das rebeliões nos presídios. E se a situação perante a opinião pública não é das melhores, devido à crise econômica que assola o país e trouxe reflexos significativos para Pernambuco, mantê-los no cargo fará com que o governador perca respaldo perante todos os pernambucanos, que lhe deram uma expressiva vitória em 2014 acreditando que ele lideraria Pernambuco sem hesitar de tomar decisões difíceis mas necessárias como a de demitir seus dois secretários.
Obras hídricas – O governador Paulo Câmara discutirá, nesta quarta-feira, ações estratégicas que podem imprimir mais celeridade nas obras hídricas do Estado com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi. O encontro será realizado em Brasília, às 9h (horário de Verão), na Esplanada dos Ministérios. Entre os pontos que serão abordados pelo governador está a Adutora do Agreste, que vai atender a mais de 2 milhões de habitantes em 68 cidades da região. Atualmente, a intervenção é a principal obra hídrica no Estado.
Hemobras – O diretor-administrativo da Hemobras Marcos Arraes, pai da vereadora Marília Arraes, tio do ex-governador Eduardo Campos e filho do ex-governador Miguel Arraes, foi nomeado ontem pelo ministro da Saúde Marcelo Castro como novo diretor-presidente da estatal. Ele substitui Romulo Maciel Filho, que foi afastado do cargo após operação da Polícia Federal que investiga supostos desvios de recursos em dezembro do ano passado.
Tacaratu – Mesmo sem pagar os salários dos servidores municipais, o prefeito de Tacaratu José Gerson da Silva (PSB) decidiu realizar uma festa na cidade com a dupla Bruno e Marrone, cujo cachê custou aos cofres municipais R$ 700 mil, enquanto a estrutura da festa, como palco, sonorização, banheiros químicos e iluminação chegam a R$ 635 mil. Para o deputado Aluisio Lessa (PSB) a realização da festa a um custo de quase R$ 1,5 milhão é uma afronta aos servidores e ao povo de Tacaratu.
PMDB – O deputado Jarbas Vasconcelos se nega a votar na eleição que definirá o líder do PMDB na Câmara dos Deputados marcada para o dia 17 de fevereiro. De acordo com o pernambucano não há a menor condição dele votar num candidato apoiado por Eduardo Cunha (Hugo Motta) e muito menos eleger Leonardo Picciani, que é contra o impeachment e uma espécie de moleque de recados do Palácio do Planalto.
RÁPIDAS
Atrativo – O PTB se tornou nas últimas eleições um partido pouco atrativo para os candidatos a vereador do Recife porque contava com três pesos pesados: Carlos Gueiros, Eduardo Marques e Antonio Luiz Neto, todos acima dos 10 mil votos. Nas eleições de outubro o partido, que lançará o deputado Sílvio Costa Filho para prefeito, ficará mais atrativo para os candidatos proporcionais, uma vez que apenas Antonio Luiz Neto buscará a reeleição na sigla, os outros migraram para o PSB.
Sem saída – Caso não consiga a indicação do PSDB para disputar a prefeitura do Recife, o deputado Daniel Coelho tem até abril para se filiar a uma nova legenda, porém pelo andar da carruagem a maioria dos partidos estará comprometida com algum projeto e dificilmente haverá alguma sigla para garantir-lhe a legenda para a disputa.
Inocente quer saber – Além de Pedro Eurico e Alessandro Carvalho, existe mais algum secretário de Paulo Câmara na corda bamba?