Liberato dizia que era viúvo, mas tinha uma amante de uma vida toda: a cidade do Recife. Hoje o Recife chora. E com o Recife, choro também. Tive o privilégio de conviver com Liba durante minha passagem na Câmara. Nos últimos anos, já quando não era mais vereador, lembro-me bem quando organizamos uma comemoração surpresa, no gabinete de apoio do plenário, pelos seus 95 anos. Não faltaram convidados, de todas as idades e colorações partidárias.
No início, olhávamos desconfiados um para o outro. Talvez pela distância imposta pelas gerações. Mas o que era razão para o afastamentos se tornou motivo para uma grande aproximação. Confesso que no início foi curiosidade. Como era possível, depois tantos anos, ainda ter motivação, vivacidade política e dedicação a uma causa, a causa do Recife? Logo, curiosidade virou carinho, admiração e uma amizade que guardarei para o resto da minha vida.
Encontrei em Liberato estímulo e ponderações. Várias foram as vezes quando me convenceu a ir por outro caminho, bem como o convenci outra vezes, sempre nos respeitando. Parte hoje uma referência: de fazer política, dos meus primeiros passos na vida pública, do amor ao Recife. Referências que viraram lições, marcadas no lugar mais nobre do meu coração.
Priscila Krause (DEM), deputada estadual