Exatamente um ano depois de ter proposto um entendimento entre Governo e oposição para fazer frente ao agravamento da crise política nacional, que já previa com consequências fortes na economia e atingindo mais as classes menos favorecidas, com o aumento do desemprego e a redução do poder de compra, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), fez novo apelo às forças políticas do País. Externando uma inquietude que o atinge como cidadão, ele defendeu, neste domingo (20/12), o lançamento de uma candidatura suprapartidária à presidência da Câmara dos Deputados, sugerindo o nome do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB).
“É preciso discutir, já, uma alternativa para o Pós-Cunha. A Presidência da Câmara terá um papel muito importante no processo de transição desta crise política que atinge o País. É preciso um nome íntegro, com envergadura e que possa conduzir este processo com responsabilidade, equilíbrio e, sobretudo, com o respeito da Nação brasileira”, afirmou Elias, avaliando que o atual presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), envolvido com denúncias seríssimas, não demorará a cair. “Faço um apelo para que, sem perda de tempo, o PSDB, o PSB e setores do PDT e do PMDB lancem o nome do deputado federal pernambucano Jarbas Vasconcelos”, completou.
O prefeito revelou já ter conversado sobre esta proposta com o governador Paulo Câmara e o senador Fernando Bezerra Coelho, além do deputado federal Tadeu Alencar – os três do PSB pernambucano – e também com o deputado federal Betinho Gomes (PSDB), seu filho, que iniciou conversas a respeito com parlamentares tucanos em Brasília. “Jarbas é um politico experiente, sério, e deve ter seu nome lançado candidato suprapartidário sem nenhuma preocupação com o número de votos que possa ter hoje, mas com uma bandeira: a da moralização do Congresso, a de fazer o Congresso assumir um novo papel, de responsabilidade política para saída desta crise”, assinalou.
Com Eduardo Cunha “devastado” e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também citado em denúncias relacionadas com a Operação Lava-Jato, Elias Gomes avalia que Jarbas, tendo seu nome concretizado, irá impor a credibilidade necessária à Câmara para a necessária construção de uma saída política para a crise que se arrasta no Brasil. “Nesta situação, é preciso um nome acima de qualquer suspeita. Jarbas, sendo eleito como candidato suprapartidário, conduzirá o processo nas regras do jogo estabelecidas, seja com um processo de impeachment, seja com um entendimento nacional ou com qualquer outra solução que venha ser discutida”, completou.
INQUIETAÇÕES – Elias vem demonstrando, desde antes mesmo da posse da presidente Dilma Rousseff para o segundo mandato, preocupação com o agravamento das crises política, econômica e moral do País. Em 20 de dezembro de 2014, há um ano, portanto, ele conversou com o então líder do PT no Senado, Humberto Costa, sugerindo que as forças governistas construíssem um entendimento nacional (pacto), que incluiria um governo de união nacional, com um plano econômico factível e mais investimentos na Educação, e a antecipação das eleições presidenciais para 2016.
A proposta também foi levada a líderes tucanos nacionais, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves, mas terminou não avançando. “Todos sairiam ganhando: a população, principalmente as que mais sofrem com a crise, as oposições e a própria presidente, que ficaria na história como uma estadista”, analisa Elias, que, mais recentemente, com o agravamento das dificuldades, propôs que a presidente Dilma buscasse uma nova saída negociada com a oposição: a mudança do sistema de governo para o parlamentarismo, a partir de 2016, dando mais responsabilidades às forças políticas na construção da transição deste difícil momento que o País atravessa.