
A próxima vítima
A recente decisão do STF de tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro intensifica não apenas a iminência de sua prisão, mas também solidifica sua inelegibilidade, tornando-o uma peça definitivamente fora do jogo eleitoral de 2026. Essa exclusão da principal liderança da direita do pleito inevitavelmente abre espaço para novos nomes dentro desse espectro político. No entanto, o impacto da decisão do Supremo não se restringe apenas a Bolsonaro — atinge, de forma indireta, o próprio presidente Lula.
O petista, que já enfrenta dificuldades em manter altos índices de aprovação, perderá seu principal antagonista e, com ele, a narrativa que tanto utilizou para galvanizar sua base e sustentar o discurso de polarização. Bolsonaro, inelegível e possivelmente preso, deixa de ser o “judas” para ser malhado nas campanhas e nos discursos, e sua ausência do jogo político pode resultar num efeito colateral preocupante para o PT: o esvaziamento do discurso contra o “fascismo” e a ascensão de um nome de centro-direita capaz de herdar parte do eleitorado bolsonarista.
A tendência natural é que, sem Bolsonaro como referência, os eleitores que rejeitam o PT passem a buscar alternativas mais viáveis, o que pode impulsionar nomes que antes estavam na sombra do ex-presidente. Se um candidato de centro ou centro-direita conseguir captar essa parcela do eleitorado, pode se tornar uma ameaça real ao projeto de reeleição de Lula. Afinal, a permanência de Bolsonaro no jogo, ainda que inelegível, era conveniente para o petista, que podia usá-lo como espantalho para mobilizar sua base.
Com o tabuleiro eleitoral de 2026 passando por uma reconfiguração antecipada, a política brasileira entra em um período de incerteza. O cenário que antes parecia previsível — um novo embate direto entre Lula e Bolsonaro — agora se transforma em uma disputa aberta, onde o espaço para o surgimento de novos protagonistas é maior do que nunca. O grande desafio para o PT será encontrar uma nova forma de se manter competitivo sem um adversário tão polarizador quanto Bolsonaro. E, do outro lado, o campo conservador precisará rapidamente definir uma nova liderança capaz de ocupar o vácuo deixado pelo ex-presidente. No fim das contas, o STF mirou em Bolsonaro, mas pode ter acertado em Lula.
Advocacia pública – A OAB-PE realizou, nesta quinta-feira (27), o Seminário Dia da Advocacia Pública, em sua plenária, destacando a importância da advocacia pública e dos honorários advocatícios. O evento, organizado pela diretoria de Apoio à Advocacia Pública e pela Comissão de Advocacia Pública (CAP), em parceria com a ESA-PE, reuniu autoridades como a vice-presidente da OAB-PE, Schamkypou Bezerra, e especialistas da área, promovendo debates e palestras com procuradores e representantes de associações da categoria.
Rejeitado – O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) rejeitou a medida cautelar que pedia a suspensão de seis contratos emergenciais da Prefeitura de Goiana, garantindo a continuidade dos serviços essenciais, especialmente em saúde e educação. A decisão do conselheiro Rodrigo Novaes considerou que a interrupção dos contratos poderia causar prejuízos à população, caracterizando um “dano reverso desproporcional”.
Avaliação – A deputada estadual Socorro Pimentel (UB), líder do governo Raquel Lyra na Alepe, afirmou que a troca de técnicos por políticos no comando de secretarias pode fortalecer a governabilidade e inaugurar uma nova relação política em Pernambuco. Em entrevista à Rádio Folha FM, nesta quinta (27), ela defendeu as nomeações de Kaio Maniçoba (PP) e Emmanuel Fernandes, Manuca (Avante), como parte natural da dinâmica governamental e destacou a importância do diálogo com a oposição e bancadas independentes para garantir avanços na gestão estadual.
Inocente quer saber – A pré-candidatura de João Campos ao governo de Pernambuco é prego batido e ponta virada?
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