O agora ex-deputado, ex-secretário e ex-petista Maurício Rands surpreendeu a todos com o seu anúncio de que sairá da vida pública.
Diante de todo esse contexto que houve nas prévias do PT, a decisão de Rands deve ser bem analisada.
O primeiro passo foi a sua saída da Câmara dos Deputados para assumir o cargo de secretário de Governo de Eduardo Campos. Rands sempre foi um dos principais deputados federais, com presença garantida na lista do Diap. O que causou estranheza sua saída do plano nacional para virar secretário de Eduardo.
Isso fez parte de uma estratégia de Eduardo Campos de fazer de Maurício Rands o candidato da Frente Popular a prefeito do Recife no lugar de João da Costa que estava inviabilizado eleitoralmente para disputar a reeleição.
Como ocorreram as prévias e Rands perdeu para João da Costa, a situação fugiu do controle de Eduardo. Além do mais, Humberto, que sempre quis ser o candidato do PT a prefeito do Recife, jogou pesado, sem o aval de Eduardo, vale salientar, e acabou sendo o indicado do PT a prefeito, passando como um trator por cima de João da Costa e de Maurício Rands.
Maurício Rands não apoiaria em hipótese alguma a candidatura de Humberto, e ele, como filiado ao PT, não poderia anunciar apoio irrestrito a Geraldo Júlio.
A saída do governo se deu porque ele se licenciou do cargo e acreditava piamente que poderia ser o candidato da Frente Popular, como não obteve êxito, ficou ‘chateado’, e achou que não teria mais sentido continuar na política.
Voltar para a Câmara dos Deputados depois de todos esses episódios também não era algo interessante para o ‘brilhante’ deputado.
Vamos ao que interessa.
Rands fora do governo, do PT e da Câmara, ficou livre para apoiar quem ele quisesse, no caso Geraldo Júlio. Dando o troco em Humberto Costa e enfraquecendo mais ainda o palanque do PT.
Alegando que está fora da vida pública, receberá apelos para continuar em algo que ele gostaria bastante. Sobretudo na condição de brilhante jurista que é.
A saída é uma vaga no Supremo Tribunal Federal, onde contaria não só com o apoio do governador Eduardo Campos, como do ministro da Justiça José Eduardo Cardoso e do ex-presidente Lula. Vale lembrar que serão abertas duas vagas na Suprema Côrte.
Que tal esse prêmio de consolação para sair da vida eleitoral e política para continuar contribuindo com o país com o seu notável saber jurídico?
Não há saída melhor.
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