Joaquim Levy na corda bamba
No futebol quando a diretoria de um clube que está colhendo péssimos resultados num determinado campeonato que disputa começa a dizer que o treinador está prestigiado é um sinal claro que ele está com seus dias contados no cargo que ocupa, e que se o esquema tático não funcionar garantindo vitórias para o clube, ele brevemente será demitido.
No caso da política não é diferente, mas antes de fazer uma comparação com o futebol para abordar a situação de Joaquim Levy, é importante salientar o que aconteceu antes mesmo da vitória de Dilma Rousseff para o segundo mandato. Enquanto Aécio Neves sinalizava que Armínio Fraga seria seu ministro da Fazenda e Marina Silva apontava André Lara-Resende como possível titular da Fazenda, Dilma apenas sinalizava que o então ministro Guido Mantega não seria mantido no cargo caso fosse reeleita, mas não se sabia quem comandaria uma pasta vital para qualquer governo.
O histórico de Joaquim Levy como economista renomado é de alguém muito mais próximo às teses difundidas pelo PSDB do que das teses difundidas pelo PT. Quando ele foi anunciado o mercado recebeu muito bem a sua indicação achando que ele poderia conter o desarranjo econômico patrocinado pelo primeiro governo Dilma Rousseff e que os sinais deste desarranjo já eram sentidos por vários setores da economia.
Quem não lembra da superintendente do Santander Sinara Polycarpo Figueiredo que enviou uma carta aos investidores do banco alertando dos riscos de uma eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff? Além de ter sido hostilizada pelo PT nas redes sociais, Sinara foi demitida pelo conteúdo apocaliptico da sua carta. Mas o tempo foi o senhor da razão novamente e mostrou que Sinara estava corretíssima com a sua previsão.
Voltemos para o atual cenário econômico do país. A presidente Dilma Rousseff apresentou o chamado ajuste fiscal, que se aplicado em sua totalidade, possivelmente apontasse um caminho melhor do que o vivenciado neste momento. Porém, como Dilma é fraca politicamente, não teve condições de aprovar o ajuste fiscal proposto por Levy no Congresso Nacional, consequentemente prejudicando a sua eficácia.
Como a situação não é nada boa e não há perspectivas de que o cenário irá se alterar no curto prazo, o Palácio do Planalto começa a dizer que Joaquim Levy está prestigiado, como no futebol com o técnico quando o time acumula derrotas. Mas é provável que na prática já estejam se movimentando para que ele saia do cargo. Recentemente ele perdeu algumas quedas de braço para o ministro do Planejamento Nelson Barbosa e isso azedou sua relação com o Palácio do Planalto.
Pra completar a situação, parece que o persona non grata que ocupa a Casa Civil Aloizio Mercadante começou a conspirar contra Levy. O resultado a gente já pode subentender: Joaquim Levy será convidado a sair do cargo pagando por um “crime” que não foi ele quem cometeu, apenas estava tentando consertar o erro do seu antecessor Guido Mantega, que há muito tempo havia perdido as condições de ficar no cargo.
Candidata – A esposa do secretário de Comunicação de Jaboatão dos Guararapes Jorge Lemos, Claucione Lemos, será candidata a vereadora nas eleições do ano que vem pelo PSDB. Claucione é formada em administração, pós-graduada em gestão de pessoas e estudante de direito e defenderá a causa animal no município. A candidatura tem o aval do prefeito Elias Gomes.
Ausência – Na passagem do governador Paulo Câmara por Caruaru ontem a ausência do ex-governador João Lyra Neto foi bastante notada. O fato aumentou ainda mais as especulações de que tanto João quanto a sua filha, a deputada Raquel Lyra, estão de saída do PSB para aportarem no PSDB visando as eleições municipais de 2016 em Caruaru.
Gestos – Até as paredes do Palácio do Campo das Princesas sabem que o candidato preferido do governador Paulo Câmara para disputar a prefeitura de Caruaru no ano que vem é o deputado estadual Tony Gel (PMDB), que ao acompanhar o governador ontem pisou na sede da prefeitura do município depois de oito anos.
Cortes – Seguindo o rumo da maioria dos órgãos públicos Brasil a fora, o prefeito Geraldo Julio anunciou ontem uma série de medidas visando cortar custeio com a máquina da prefeitura do Recife. Com o objetivo de economizar R$ 190 milhões, a gestão socialista vai cortar 300 cargos comissionados, reduzir em 50% os gastos com publicidade, cortar gastos com viagens nacionais e internacionais, etc.
RÁPIDAS
Resposta – O líder do governo na Alepe deputado Waldemar Borges (PSB) afirmou ontem que a bancada de oposição liderada pelo deputado Sílvio Costa Filho (PTB) está deslocada da realidade quando aponta as dificuldades do governo em implementar as ações no estado. De acordo com Waldemar a crise é federal, consequentemente culpa de Dilma, que é apoiada pela oposição estadual.
Crítica – O secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco Felipe Carreras abriu o verbo ontem contra o presidente da Embratur Vinicíus Lummertz, que se posicionou recentemente a favor de Natal para receber o Hub da TAM.
Inocente quer saber – Quais ministros serão cortados da Esplanada quando Dilma fizer a reforma ministerial?