O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, levou à propaganda eleitoral o caso de agressão em que foi protagonista no debate do último domingo, na TV Cultura. O apresentador de televisão jogou uma cadeira em Pablo Marçal (PRTB), seu concorrente na disputa.
Em uma peça divulgada no rádio nesta terça-feira (17), Datena usa seu espaço para justificar a violência. No comercial, um locutor questiona o que ouvinte faria se “alguém dissesse isso para você na frente de milhões de telespectadores e na frente da sua família”. Na sequência é reproduzida a declaração de Marçal dada antes da agressão.
“Dapena, a gente quer saber que você é um arregão. Você atravessou o debate outro dia para me dar um tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso”. Na edição, a última frase é repetida duas vezes. “Pois é, o Datena fez o que você pensou”, diz o locutor ao final da propaganda.
Antes de chamar Datena de “arregão”, Marçal citou durante o debate uma acusação de assédio contra o jornalista e candidato do PSDB. Uma colega de trabalho de Datena na Band o denunciou ao Ministério Público em 2019.
A acusação foi arquivada por ter sido apresentada mais de seis meses após o suposto delito. A legislação, à época, estipulava o prazo de até seis meses, a contar no dia do ato, para o direito de representação da vítima.
Datena tem usado as provocações feitas pelo adversário para justificar o caso. Em nota disse que, até este domingo (15), ele nunca havia defendido o uso da violência para resolver conflitos e descartou a possibilidade de desistir da corrida pela Prefeitura de São Paulo.
“Errei, mas de forma alguma me arrependo”, declarou. “Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria d e repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário”.
Da Folha de São Paulo.
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