O mestre Eduardo Campos.
Nunca antes na história de Pernambuco um governador foi tão genial no campo administrativo e no político principalmente como Eduardo Campos. Nem os do tempo do regime militar e muito menos os da redemocratização como Miguel Arraes, Joaquim Francisco e Jarbas Vasconcelos. Arraes saiu em 1990 e voltou em 1994, no fim do seu mandato saiu altamente enfraquecido. Joaquim conseguiu vencer mas não convenceu de 1991 a 1994. Jarbas, primeiro governador a ser reeleito na história de Pernambuco, fez um governo altivo e respeitado, mas no campo político cometeu equívocos que o prejudicaram, como a dissidência que houve em 2003 após a sua vitória junto com Marco Maciel e Sérgio Guerra. As vitórias de João Paulo em 2000 e em 2004 também abalaram a sua força política, porque foi ali que a Frente Popular começou a retomar espaço para voltar a governar Pernambuco em 2006. Diferentemente dos seus antecessores, Eduardo joga bonito aqui em Pernambuco quando distensiona relações com adversários, isola alguns aliados rebeldes e conforta outros. No plano nacional, flerta com PT, PMDB e PSDB, além do neófito PSD que é seu aliado de primeira hora. Eduardo sabe utilizar a sua força quando lhe convém, não deixa os aliados aparecerem mais que ele, e corta as asas de alguns que julgam ter o seu apoio irrestrito por conta de eleições passadas com conjunturas completamente diferentes. O grande vitorioso de 2012 em Pernambuco é o socialista, e podemos capitalizar essa vitória também para o plano nacional, quando deu uma volta em Lula, indicando Erundina e depois voltando atrás. Eduardo não quer o Senado, muito menos a Câmara dos Deputados, talvez a vice-presidência a depender da conjuntura, mas o que ele almeja mesmo para 2014 é a Presidência da República e trabalha dia e noite para que esse projeto dê certo. O neto de Arraes já mostrou que tem luz própria, hoje Arraes é que é avô de Eduardo Campos.
Aliados – A aliança entre Eduardo Campos e Jarbas Vasconcelos é fato consumado. Pernambuco tem os seus dois maiores políticos unidos em torno de um projeto estadual e nacional visando 2014.
Ninguém quer – Outrora grande legenda da política brasileira nos tempos do PFL, o DEM é um partido rejeitado pelas lideranças no interior. Ninguém quer mais comandar o partido em sua cidade. Quando oferecido o comando, a negativa é certeira.
Sérgio Guerra – O líder tucano almeja eleger pelo menos trinta prefeitos nestas eleições. Suas prioridades são Cabo, Recife, Jaboatão e Ipojuca. Caso obtenha êxito vai querer falar grosso em 2014.
PSB – O PSB de Eduardo Campos caminha a passos largos para ser a legenda preferida dos grotões. No interior do Nordeste a maioria dos candidatos a prefeito com chances de vitória são filiados a sigla socialista.
PT – Uma coisa é certa nesta eleição. O Partido dos Trabalhadores sairá enfraquecido deste processo no estado inteiro. Já não tinha muita força e deve perder mais ainda.
Mandato – Dependendo de alguns desdobramentos das articulações do governador Eduardo Campos, André de Paula (PSD) deve voltar à Câmara dos Deputados em breve.
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