Eduardo Cunha declara guerra contra o Planalto
Durante o período pré-eleitoral da mesa diretora da Câmara dos Deputados o PT mobilizou a sua militância virtual a fim de denegrir a imagem do então candidato a presidente da Câmara deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). De nada adiantou, Cunha foi eleito no primeiro turno com 267 votos.
A campanha difamatória do PT contra Eduardo Cunha era um prenúncio dos problemas que a presidente Dilma Rousseff iria ser obrigada a enfrentar caso ele fosse eleito. Não deu outra. Além de colocar em pauta votações de projetos que causavam transtornos ao Palácio do Planalto, Eduardo Cunha também tem ocupado como nunca os espaços políticos ofertados a um presidente da Câmara dos Deputados.
A relação, que nunca existiu, foi se agravando e culminou ontem num rompimento oficial de Eduardo Cunha com o Palácio do Planalto, após o presidente da Câmara ser delatado por Julio Camargo, que afirmou ter pago US$ 5 milhões em propina ao peemedebista. Cunha atribuiu essa delação ao Palácio do Planalto, ao procurador-geral da República Rodrigo Janot e ao juiz Sergio Moro, que colheu um depoimento do empreiteiro envolvendo o presidente, na ótica de Cunha, contra a Lei, por ele ter foro privilegiado e qualquer ato relacionado a ele teria que ser interrogado pelo STF.
Cunha já deu o troco a Dilma Rousseff quando aprovou duas CPIs ontem: a do BNDES e a dos Fundos de Pensão. Além disso, notificou o deputado Jair Bolsonaro para apresentar novas informações em relação ao pedido de impeachment da presidente solicitado pelo deputado. Sinalizando que dará prosseguimento ao pleito a fim de constranger ainda mais o Palácio do Planalto. A guerra está oficialmente declarada e a sorte está lançada.
Arrependido – Eleitor do presidente da Câmara Eduardo Cunha, o deputado Jarbas Vasconcelos deu uma dura entrevista no Jornal Nacional ontem fazendo críticas à postura do colega de partido que ajudou a eleger em fevereiro. Aos mais próximos, Jarbas confessa estar completamente arrependido de ter votado em Eduardo Cunha.
Jantar – Um relatório da Polícia Federal aponta que houve um jantar na casa do empresário Marcelo Odebrecht, preso na operação Lava-Jato, que reuniu o ex-presidente Lula, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, Paulo Okamotto, banqueiros e empresários no ano de 2012. O jantar teria sido a pedido do ex-presidente Lula.
Pronunciamento – Depois de forte expectativa para o pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, a montanha pariu um rato. Cunha não trouxe nada de novo na peça publicitária de cinco minutos, que foi muito mal produzida tendo o presidente lido nitidamente o texto do teleprompter, prejudicando assim o conteúdo e a forma do programa.
Mudança – O governo de Pernambuco anunciou ontem que mudará o calendário de pagamentos dos servidores do estado. A medida já começa a vigorar este mês, onde o salário que era pago no final do mês será pago somente nos dias 5 e 6 de agosto. No intuito de minimizar o impacto da medida, o governo anunciou que no próximo dia 27 pagará metade do décimo terceiro salário.
RÁPIDAS
Reeleição – Na ótica do estrategista político Paulo Moura da Exata Inteligência os prefeitos terão muita dificuldade na busca da reeleição nas eleições do ano que vem porque a crise econômica e política atingiu em cheio a popularidade dos atuais gestores, facilitando assim que os candidatos de oposição tenham mais chance de vitória em 2016.
Aniversário – O ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães completou ontem 82 anos de idade. Ainda muito lúcido e com uma leitura invejável do cenário político, Dr. Roberto é uma reserva moral da política brasileira. Seu último cargo executivo foi o de prefeito do Recife entre 1997 e 2000.
Inocente quer saber – O PT tem condições políticas de fazer críticas ao prefeito Geraldo Julio?