A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, finalmente conseguiu a credencial para participar da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.
A obtenção do documento gerou estresse na diplomacia brasileira, que pediu a interferência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para que ela pudesse ser recebida com todas as honras de representante do país pelos organizadores do evento.
O governo do presidente francês Emmanuel Macron, por seu lado, abriu as portas para Janja, o que ajudou a sinalizar aos organizadores internacionais que ela seria bem-vinda.
“Janja pode fazer tudo”, disse a primeira-dama da França, Brigitte Macron, em uma cerimônia para a imprensa nesta semana.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) toma decisões de forma independente do governo francês, mas é sensível a seus posicionamentos.
Ao comunicar que enfim emitiria o documento, o COI deixou claro que estava abrindo uma “especial exceção” para o governo brasileiro ao permitir que a primeira-dama substituísse o presidente da República em cerimônias oficiais.
Janja desembarca em Paris no dia 25. Uma equipe precursora, com integrantes do cerimonial da Presidência da República e quatro seguranças, já está na capital da França para estudar os trajetos que serão percorridos pela primeira-dama.
Os problemas com a credencial surgiram quando ao governo brasileiro não cumpriu os prazos para enviar ao COI os dados sobre a comitiva que representaria o país nos Jogos.
Era esperado que Lula viajasse a Paris, mas nada foi enviado ao COI até o prazo definido, e a emissão de credenciais para o Brasil foi suspensa.
De última hora, no entanto, o presidente brasileiro decidiu que Janja iria representá-lo.
Começou então uma correria que envolveu diversos diplomatas e dirigentes esportivos. Além do atraso, a credencial era para Lula, e não poderia ser repassada de forma automática para outra pessoa.
O presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira, enviou uma carta ao COI pedindo compreensão para o imprevisto e solicitando que Janja fosse aceita em todos os eventos em caráter oficial. A intervenção dele foi considerada essencial, e o documento saiu.
Reconhecida como representante oficial do Brasil, a primeira-dama deve participar de um jantar oferecido a chefes de Estado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) no dia 25.
No dia seguinte, ela vai à recepção oferecida pelo presidente da França, Emmanuel Macron, a chefes de estado no Palácio do Eliseu. De lá, os mandatários sairão para assistir à abertura das Olimpíadas, às margens do rio Senna.
A primeira-dama francesa, Brigitte Macron, disse também que Janja deve participar do almoço oferecido aos cônjuges de chefes de Estado e governo que vêm para os Jogos, nesta quinta-feira, no Palácio do Eliseu, residência e local de trabalho do presidente e da esposa. Brigitte tem um escritório próprio no local.
Janja também deve visitar os atletas brasileiros e assistir a competições femininas do Brasil, além de ter outros encontros na capital francesa.
Da coluna de Mônica Bérgamo para a Folha de São Paulo.
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