Por Estadão
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira, 14, que está disposto a negociar um acordo de paz com a Ucrânia se o país retirar as tropas das quatro regiões que Moscou reivindica e se Kiev desistir da adesão à Otan.
“Assim que Kiev começar a retirada efetiva das tropas das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, e assim que notificar que abandona os planos de adesão à Otan, daremos imediatamente, no mesmo minuto, a ordem de cessar-fogo e iniciaremos as negociações”, disse Putin a funcionários de alto escalão do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Estas exigências constituem um pedido de fato de rendição da Ucrânia, cujo objetivo é manter a sua integridade territorial e soberania. Putin proclamou em setembro de 2022 a anexação das quatro regiões do leste e do sul da Ucrânia, além da Crimeia em 2014. O presidente russo insistiu que a Ucrânia deve entregar todos estes territórios à Rússia, embora Moscou os ocupe apenas parcialmente.
Putin critica cúpula na Suíça
O presidente russo também criticou a cúpula na Suíça que será realizada nos dias 15 e 16 de junho e pretende discutir caminhos para “uma paz duradoura” entre Rússia e Ucrânia, mas que não contará com a presença de Moscou.
Segundo Putin, o evento é uma “estratagema para desviar a atenção do mundo inteiro dos verdadeiros responsáveis pelo conflito” que são, segundo ele, os países ocidentais e as autoridades de Kiev. “A este respeito, quero sublinhar que sem a participação da Rússia e sem um diálogo honesto e responsável conosco, é impossível alcançar uma solução pacífica na Ucrânia e para a segurança da Europa em geral”, afirmou Putin.
A conferencia para a paz na Suíça também não deve contar com a China, que ressaltou que representantes de Kiev e Moscou precisam estar presentes. O Brasil adotou uma posição parecida e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irã comparecer, mas deve enviar uma delegação de menor peso diplomático.
Conselheiro ucraniano rejeita proposta russa
Autoridades ucranianas reagiram negativamente as condições dos russos para uma negociação. “As condições russas são ofensivas ao bom senso”, afirmou Mikhailo Podoliak, um conselheiro da presidência ucraniana nas redes sociais. “É tudo uma farsa completa. Portanto, mais uma vez, esqueçam as ilusões e parem de levar a sério as ‘propostas da Rússia”.
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