O deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) admite a possibilidade de o Congresso Nacional não aprovar a reforma política a tempo de vigorar para as eleições municipais de 2016. Na sua opinião, a ideia que passa é que os comandos da Câmara Federal e do Senado estão fazendo um jogo combinado apenas para dar uma resposta à sociedade, só que dificilmente tudo será votado até o final do mês de setembro. O erro, na visão de Anderson, foi se criar duas comissões – uma em cada casa legislativa – e fatiar as propostas na apreciação no plenário.
Um exemplo é sobre as coligações proporcionais, já que os deputados aprovaram a manutenção e os senadores aprovaram a proibição. “Como pode haver uma reforma política, se a Câmara e o Senado criam as suas próprias comissões sobre o assunto? Depois, o relator da comissão da Câmara é destituído e um novo relator altera o texto. Além disso, tudo teria de ser votado no bojo de um só projeto, e não dividido como está sendo. Vai terminar não saindo reforma nenhuma porque tem muita coisa e não vai ter prazo”, alerta Anderson.
No seu desabafo, após a primeira semana de votações na Câmara, Anderson Ferreira diz que “há uma estratégia para dar uma resposta à sociedade e fazer o prazo não ser cumprido”. “Estou percebendo que, desde do início, já estava tudo combinado, com a Câmara juntando um quebra-cabeça para mandar para o Senado. E aí ficamos votando até a madrugada para a população ver nos telejornais”,ressalta.
Anderson considera que o plenário está sendo usado politicamente para que nada seja mudado no sistema político brasileiro. “O resumo da ópera é o seguinte: os deputados estão sendo feitos de palhaços, mas a população não vai achar graça nenhum dessa palhaçada”, dispara o republicano.