O Partido dos Trabalhadores cresceu politicamente as custas de defender o pobre contra o rico, o negro contra o branco, o empregado contra o patrão, o nordestino contra o sulista, etc. Ou seja, o oprimido contra o opressor.
Curiosamente, depois de passar dez anos na Presidência da República e doze na Prefeitura do Recife como protagonista, e seis anos como coadjuvante do Governo de Pernambuco, o PT mudou de estilo.
Com a vitória de um petista de baixo nível, não que João Paulo não fosse também, mas o potencial eleitoral dele não poderia colocá-lo como marginal do partido, porém, assim que saiu da PCR não passa disso, um político às margens das grandes articulações, o PT começa a criticar o prefeito João da Costa, que não tem tamanho político nem eleitoral para disputas.
Dos aliados de João da Costa, o único abastado é André Campos, de família rica, herdeiro de um clã que ocupou o Governo de Pernambuco, o Senado da República, mandatos na Câmara Federal e até mesmo cargos na alta esfera do governo federal.
Os demais não passam de políticos meia-boca, vide Fernando Ferro, Teresa Leitão e os vereadores Osmar Ricardo e Jairo Britto, que apesar de terem votos para serem eleitos, não influenciam em nada no cotidiano político da cidade e do estado porque não têm nível para isso.
João da Costa se aliou a eles porque foi o que restou do PT, pessoas que nunca protagonizaram nada, que nunca indicaram aliados para autarquias importantes do governo estadual e federal e que viram no prefeito João da Costa uma chance de colocar os afilhados na máquina municipal visando suas respectivas eleições.
Não há um projeto para a cidade por parte do grupo político de João da Costa, em sua maioria, o que querem é manter os seus feudos na PCR com objetivos meramente eleitorais. Esse é o lado dos ‘oprimidos’.
Já os opressores, liderados por Humberto Costa, Maurício Rands, Isaltino Nascimento, João Paulo, estão participando do governo Eduardo Campos de maneira ardorosa sendo considerados até mais socialistas do que petistas, ou estão na Câmara Federal por brilho próprio, ou no caso último de Humberto Costa, sendo a grande estrela do partido da estrela em Pernambuco a nível nacional.
O principal político do partido com diálogo com a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o comando do PT nacional. Não poderia surpreender a escolha de Humberto Costa para representar o Partido dos Trabalhadores na disputa pela PCR, afinal, ele é um petista de elite.
Sejamos justos, Humberto para se tornar petista de elite disputou quatro eleições no osso, perdendo todas. Foi ministro da Saúde num momento conturbado, mas conseguiu contribuir para que Eduardo Campos virasse governador, e posteriormente venceu o Senado de forma até merecida.
A entrada de Humberto Costa na disputa pela PCR é a candidatura do petismo de grife contra o petismo de periferia. Quem quer um periférico comandando um orçamento de R$ 5 bilhões?
Por isso toda a briga. Por isso o corte de João da Costa que não passa de um periférico a nível nacional.
Mas em raras vezes o oprimido derruba o opressor, mesmo que não consiga a vitória, contribui diretamente para a derrota dele. Esse caso provavelmente será a exceção da regra.
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