
No século XVI, o engenho Casa Forte foi estabelecido por Diogo Gonçalves, em uma parte das terras doadas pelo donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho. Ao longo do tempo, teve vários proprietários, sendo sucessivamente chamado de Jerônimo Gonçalves, Isabel Gonçalves, Dona Anna Paes, Tourlon, Nassau, de With e, a partir de 1645, Casa Forte.
Localizado na margem esquerda do Rio Capibaribe, o engenho funcionava com a força dos animais. O açúcar produzido era armazenado em Santana e transportado pelo rio até o mercado do Recife. As casas do engenho, juntamente com a capela dedicada a Nossa Senhora das Necessidades, estavam situadas em uma ampla praça chamada popularmente de Campina de Casa Forte, atualmente conhecida como Praça de Casa Forte.

Em 17 de agosto de 1645, ocorreu a Batalha de Casa Forte nesse local. A batalha foi travada para libertar ilustres senhoras pernambucanas que estavam aprisionadas pelos holandeses na casa-grande do engenho de Dona Anna Paes. Para comemorar esse feito, uma placa foi afixada no local, registrando a vitória dos libertadores: João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Antônio Filipe Camarão.
A casa-grande passou a ser conhecida como Casa Forte, nome que posteriormente foi estendido para toda a propriedade, povoação e, por fim, ao bairro. A Avenida 17 de Agosto, a principal via do bairro, é uma homenagem ao dia da vitória dos pernambucanos sobre os holandeses.
Em meados de 1810, o engenho foi adquirido pelo padre José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, conhecido como padre Roma, uma figura importante na revolução republicana de 1817. O novo proprietário demoliu a antiga casa-grande e construiu uma nova residência no mesmo local, mas acabou abandonando-a posteriormente.
Em 1907, as irmãs francesas da Congregação da Sagrada Família adquiriram o imóvel e, após uma grande reforma, abriram um colégio para moças em 1911. A antiga capela do engenho, construída em 1672, ficou em ruínas e suas imagens foram transferidas para a matriz de Nossa Senhora da Saúde, no Poço da Panela, de 1865 até 1909, quando houve sua restauração.

Após ser reconstruída, a capela foi sagrada em outubro de 1911 como Igreja-Matriz da paróquia de Casa Forte, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Em frente à igreja, encontra-se a Praça de Casa Forte, que possui um projeto paisagístico de autoria do arquiteto Burle Marx e abriga diversas espécies de plantas tropicais, incluindo algumas da Amazônia, como a vitória-régia.
Anualmente, no mês de novembro, a paróquia de Casa Forte realiza a tradicional Festa da Vitória Régia, um evento bastante conhecido e frequentado pelos moradores do bairro e pelos recifenses em geral.
Casa Forte é reconhecido como um dos bairros mais arborizados do Recife, preservando ainda alguns antigos casarões. Um desses exemplares é o edifício “velho” (antigo Hospital Magiot), localizado na Avenida 17 de Agosto, 2187. Essa propriedade pertenceu a Francisco Ribeiro Pinto Guimarães e hoje abriga a sede da Fundação Joaquim Nabuco, além de seus órgãos como o Museu do Homem do Nordeste e o Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte (Laborarte). O casarão é uma parte importante da história arquitetônica do bairro.
Casa Forte, com suas raízes históricas profundas e seu ambiente repleto de natureza, mantém sua essência ao longo dos anos. O bairro continua a ser um símbolo de identidade e orgulho para seus residentes, ao mesmo tempo em que atrai visitantes que desejam explorar suas riquezas culturais e desfrutar de sua atmosfera tranquila e verdejante.
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