O primeiro ato público em favor das eleições diretas para presidente do Brasil durante o regime militar aconteceu em Pernambuco e foi celebrado, na manhã desta sexta-feira (31), no Memorial da Democracia, localizado no Sítio da Trindade, em Casa Amarela, zona Norte do Recife. O evento, promovido pelo Núcleo de Patrimônio Cultural (NPC), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), relembrou o 31 de março de 1983, quando os vereadores de Abreu e Lima Reginaldo Silva, Severino Farias, Antonio Amaro Cavalcante e José da Silva Brito, reuniram os moradores da cidade na Praça da Bandeira, naquela que ficou reconhecida como a primeira manifestação pública pela redemocratização do País e que, meses depois, se transformou no movimento das Diretas Já.
Presente na cerimônia, o prefeito do Recife João Campos destacou a importância da preservação da memória e do movimento nascido em Pernambuco. “Hoje é um dia de reconhecimento da história daqueles que, há 40 anos, lutaram por nossa democracia e por eleições diretas, nesse movimento que teve início em nosso Estado. E viemos aqui no Memorial da Democracia, espaço cedido pela Prefeitura do Recife, para eternizar a presença da luta democrática e para reconhecer aqueles que foram fundamentais para que houvesse uma vida democrática no Brasil hoje. É garantindo o direito à memória que vamos oferecer um legado para que as gerações futuras possam conhecer a nossa verdadeira história e que a gente nunca esqueça, nem deixe que as próximas gerações possam esquecer, os erros que nos trouxeram em determinado momento a um período tão hostil, que a gente jamais vai repetir”.
O Prefeito do Recife também fez questão de afirmar a necessidade de fortalecimento das instituições no país, bem como o trabalho contínuo de fortalecimento da democracia. “A nossa democracia é uma democracia jovem. Em alguns dias, a gente acorda achando que ela é sólida, mas, em outros, acorda com medo de não ser tão sólida assim. Pra não ter dúvida, temos que trabalhar todos os dias pelo seu fortalecimento, para que nunca mais a gente tenha uma ditadura e para que nunca mais a gente veja o que aconteceu no 8 de janeiro deste ano. Ninguém é maior do que nenhuma instituição. Todo mundo passa, mas as instituições precisam continuar e devem ser fortalecidas. O único caminho possível é o caminho da democracia”, complementou.
O evento em comemoração a data histórica também contou com a presença do Desembargador de Justiça, Eduardo Sertório; o Procurador Geral de Justiça do MPPE, Marcos Carvalho; o promotor do MPPE e coordenador do NPHAC, José da Costa Soares; os deputados estaduais Doriel Barros, Jarbas Filho, Dani Portela e João Paulo; a advogada e representante da OAB-PE, Manoela Alves; o Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, Sílvio Amorim; e a procuradora-geral do Estado, Bianca Teixeira. Além dos ex-vereadores de Abreu e Lima, Severino Farias e Reginaldo Silva, que realizaram o ato público em 1983, que abriu a luta pelas eleições diretas no Brasil.
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