O senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), candidato a presidente do Senado, afirmou, nesta segunda-feira, 30, que se for eleito não irá obstruir projetos enviados pelo presidente Lula (PT). Marinho deu a declaração ao conceder entrevista ao “Estúdio i”, da GloboNews. A eleição para o comando da Casa está marcada para a próxima quarta-feira, 1º, e, além de Marinho, disputam o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Eduardo Girão (Podemos-CE). Marinho é do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado por Lula na eleição de 2022, e conta com apoio de partidos que integraram a base bolsonarista no governo passado.
“Para mim, não existe tema tabu. Projetos que estão sendo procrastinados em função de dificuldades do ponto de vista ideológico precisam necessariamente ser debatidos, pelo bem da democracia”, declarou Marinho na entrevista. “A democracia exige, pede que haja o debate e que a maioria seja exercida quando for o caso. Isso significa inclusive que, caso o presidente da República mande projetos relevantes e importantes para o Senado, eu não vou fazer o papel de obstruir. Não é o meu papel. Serei um presidente que vai levar em consideração sempre o bom funcionamento da Casa”, acrescentou o candidato à presidência da Casa.
Atos golpistas
Durante a entrevista ao “Estúdio i”, Marinho disse não compactuar nem estimular atos como os registrados em Brasília no dia 8 de janeiro. Na ocasião, vândalos bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Diversas obras de arte foram danificadas, e equipamentos de trabalho e móveis, destruídos.
“Não compactuo e não estimulo esse tipo de prática. […] Quem cometeu esse tipo de crime precisa ser identificada, ter individualizada a culpa e precisa ser processado e, eventualmente, ao final do devido processo legal, imputadas as penas. Esta é a nossa posição”, disse Marinho. “É evidente que a prisão do Anderson, para nós, causa constrangimento, e me parece um pouco precipitada porque ele estava fora do Brasil. Mas quem tomou a decisão certamente tem os elementos que justifica, eu não os conheço”, afirmou Marinho.
Busca por apoio
Ministro do Desenvolvimento Regional durante o governo Jair Bolsonaro (PL), Marinho busca o apoio de senadores de oposição ao governo Lula e também de parlamentares de partidos da base ou independentes e que não apoiam Rodrigo Pacheco. Na semana passada, por exemplo, a bancada do PSD, partido de Pacheco, se reuniu para discutir a eleição do Senado, mas não anunciou decisão.
Na condição de anonimato, três senadores disseram que há incômodo em parte da bancada diante da avaliação de que Pacheco está “muito próximo” do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e estaria “negociando por conta própria” cargos na Mesa Diretora.
Informação do G1 Política
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