A desmoralização do Palácio do Campo das Princesas
A condução da eleição da mesa diretora por parte do Palácio do Campo das Princesas começou mal quando o governador e seus aliados deixaram para tratar do tema praticamente em cima do processo eleitoral. Eleito no primeiro turno em outubro, o governador Paulo Câmara tinha 15 deputados estaduais na bancada do PSB e prestígio suficiente para que o PSB ficasse com a presidência da Casa Joaquim Nabuco.
O Palácio foi covarde e ficou com medo de peitar Guilherme Uchoa. Achou que o atual presidente iria ser curvar à tese da inconstitucionalidade e que sairia do jogo tranquilamente. Guilherme manteve a candidatura e costurou dentro da Casa Joaquim Nabuco uma rede de apoios que deixou o Palácio num mato sem cachorro. Teve que engolir o quinto mandato.
Então restava ao PSB a primeira-secretaria que desde o início despontavam nomes como Diogo Moraes e Ângelo Ferreira, deputados que possuem um histórico de ligação muito forte com o PSB, porém o Palácio desconsiderou as duas postulações e lançou Waldemar Borges. Sem trânsito na Casa, Wal ainda poderia se eleger caso o apoio do PSB fosse construído pelo Palácio de forma respeitosa e cordial junto aos deputados estaduais.
Mas o Palácio chamou Diogo e mandou ele retirar a candidatura para que o primeiro-secretário fosse Lula Cabral. Logo Lula que há muito tempo não integrava os quadros da Alepe e naturalmente tinha pouco trânsito junto aos pares. Lula foi vítima da arrogância e prepotência de Antônio Figueira, secretário da Casa Civil e de Sileno Guedes, presidente estadual do PSB.
Figueira e Sileno achavam que a bancada iria seguir a orientação do Palácio na base da imposição. Faltou combinar com os deputados estaduais. O resultado foi uma derrota acachapante pela primeira-secretaria, onde Diogo Moraes obteve 32 votos dos 49 possíveis, contra apenas 15 de Lula Cabral.
No fim das contas o governo perdeu a presidência pra Guilherme porque ele foi candidato de si próprio e com seu prestígio venceu a eleição, significando que ele não deve absolutamente nada ao Palácio. E perdeu a primeira-secretaria, porque o Palácio tentou desmoralizar Diogo Moraes, tratando-o como menino buchudo e acabou completamente desmoralizado.
O Palácio saiu desmoralizado e os culpados de toda esta desmoralização têm nome e sobrenome: Antônio Figueira e Sileno Guedes.
Mesa Diretora – Além de Guilherme Uchoa e Diogo Moraes, comporão a mesa diretora da Alepe pelo biênio 2015/2016 os deputados Augusto César, Cleiton Collins, Vinicius Labanca, Romário Dias e Eriberto Medeiros. Todos titulares da mesa.
Romário Dias – O deputado Romário Dias mostrou mais uma vez quanto tem prestígio dentro da Casa Joaquim Nabuco. Depois de ter sido presidente da Alepe e virar conselheiro do TCE, Romário ficou com a terceira-secretaria da Casa, integrando assim a mesa.
Eduardo Cunha – Adversário da presidente Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha enfrentou uma campanha difamatória do PT nas redes sociais nos últimos dias. De nada adiantou, Cunha foi eleito no primeiro turno com 267 votos impondo uma gigantesca derrota ao Palácio do Planalto.
Renan Calheiros – Já Renan Calheiros teve mais sorte. Apoiado pelo governo, venceu a disputa com 49 votos dentre os 81 possíveis e conquistou mais um mandato como presidente do Senado Federal.
RÁPIDAS
Aposta – Na Alepe tem gente apostando que Antônio Figueira não come o milho do São João na secretaria da Casa Civil. Ele está sendo um desastre na pasta que faz a articulação política entre o Palácio e a Casa Joaquim Nabuco.
Última cartada – Ciente de que a derrota seria acachapante o Palácio escalou André Campos para tentar conter a base e construir a eleição de Lula Cabral. Mesmo com todo trânsito que o secretário executivo das Relações Institucionais tem, a vaca já tinha ido pro brejo.
Inocente quer saber – O Palácio vai conseguir perseguir 32 deputados que votaram em Diogo Moraes?
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