Protagonismo de Arthur Lira deverá permanecer em 2023
A disputa presidencial ganhou um componente de negociação do ex-presidente Lula, candidato do PT ao Planalto, com o União Brasil sob a promessa de apoio de um eventual governo Lula ao presidente nacional do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar, para que este venha a ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados. Apesar de ser uma tentadora proposta, a tese de Lula teria dificuldades reais de prosperar.
O atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), adquiriu um protagonismo significativo no comando da Casa, e por ter direito a reeleição em fevereiro de 2023, são poucas as chances de outro aspirante ao comando da Casa lograr êxito, ainda que haja uma mudança de comando do Palácio do Planalto. Lira possui não só o apoio do centrão como de diversos partidos de esquerda, e atualmente detém um poder, no tocante as pautas do país, talvez até maior que o chefe do executivo e o do judiciário.
Os partidos de esquerda projetam eleger cerca de 150 parlamentares em outubro, dos quais alguns deverão seguir com Lira numa eventual e provável tentativa ao segundo mandato, o que dificultaria muito, ainda que Lula faça aliança com partidos como PSDB, MDB e União Brasil, de o próximo presidente da Câmara dos Deputados ser outro nome que não seja o político alagoano.
Por isso, prometer a presidência da Câmara dos Deputados a Luciano Bivar ou a outro nome faz parte do jogo de Lula em busca dos partidos para tentar chegar ao Planalto, mas executar a promessa será algo difícil para não dizer impossível e tanto Luciano Bivar quanto qualquer outro nome devem ter ciência de que as chances de desbancar Arthur Lira do comando da Casa são próximas de zero.
Chapa – Após Anderson Ferreira, Danilo Cabral e Marília Arraes, foi a vez de Raquel Lyra fechar sua chapa majoritária. A tucana anunciou o ex-prefeito de Petrolina e ex-deputado federal Guilherme Coelho (PSDB). O tucano é primo de Miguel Coelho, pré-candidato do União Brasil a governador de Pernambuco.
Prejuízo – Quem ficou no prejuízo com a saída de Guilherme Coelho da disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados foi o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania). Se a conta já não era fácil de resolver com Guilherme, agora ficou mais difícil para a federação PSDB/Cidadania garantir com segurança uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Lucro – Quem comemorou a decisão de Raquel Lyra foi o deputado federal Fernando Filho (União Brasil), que com isso garantiu pelo menos 15 mil votos para sua postulação com a saída de um adversário direto no sertão do São Francisco. Miguel Coelho também saiu bem do processo, pois em Petrolina o voto casado será Miguel governador e Guilherme senador, potencializando o voto dos dois na principal cidade do sertão.
No páreo – Até segunda ordem, o advogado Carlos Andrade Lima é dado como certo na chapa de Miguel Coelho como pré-candidato a senador. No grupo liderado pelo ex-prefeito de Petrolina e pré-candidato a governador, não há outro cenário a ser considerado.
Inocente quer saber – Haverá alguma reviravolta no rumo do União Brasil em Pernambuco?
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